“Soubemos, através de uma empresa altamente especializada que contratámos, que trabalha para a Polícia Judiciária (PJ) e para instituições do Estado, que, quem cometeu este ataque, foi vangloriar-se dele naquilo a que chamam a internet negra, internet do crime”, explicou à agência Lusa, o presidente da Câmara de Caminha.

Segundo o socialista Miguel Alves, este ataque representa “um risco acrescido”, uma vez que quem entrou naquela página pode fazê-lo novamente, “roubando informação confidencial ligada a questões processuais e documentais, mas também a captura de informação sobre os trabalhadores, dirigentes e eleitos, desde os seus contactos e identificação ao teor dos ‘emails’ profissionais e pessoais trocados por intermédio do servidor da autarquia”.

Miguel Alves adiantou que, face “à gravidade” do ataque, e depois de reposta a situação inicial, a empresa especializada está a avaliar este caso, “para perceber se o autor ou autores deixaram algum rastro e compreender o alcance e efeito do ataque de que foi alvo a página da autarquia”.

“A empresa está a tentar identificar quem fez, como fez e com que objetivo o fez, e a trabalhar numa solução que minimize consequências e dificulte que a situação se possa repetir no futuro”, especificou.

O ataque, segundo uma nota hoje emitida pela Câmara de Caminha, ocorreu “durante várias horas, nos dias 12 e 13 de abril”.

“O sistema foi derrubado e nenhuma funcionalidade do ‘site’ esteve ativa durante várias horas. A atividade normal do ‘site’ foi retomada na manhã do dia 13 de abril. Os verdadeiros autores e objetivos deste ataque são ainda desconhecidos, mas as suas consequências podem ser muito gravosas para a instituição e para as pessoas que nela trabalham”, sustentou.