Em comunicado, a Agência Espacial Europeia informou que a Mars Reconnaissance Orbiter, da NASA, conseguiu obter imagens da superfície de Marte que os cientistas crêem ser do módulo europeu que devia de ter aterrado em solo marciano esta quarta-feira. A agência europeia não sabia, com exatidão, o paradeiro da Schiaparelli desde há dois dias.

De acordo com Thierry Blancquaert, a ESA apercebeu-se do destino final da nave graças a uma foto tirada pela sonda norte-americana MRO, que está a orbitar o planeta vermelho.

A Schiaparelli "chegou à superfície de Marte a uma velocidade muito superior ao que estava previsto", disse Thierry Blancquaert.

A MRO identificou uma larga zona escura no local de aterragem do robot que consiste com um impacto em alta velocidade.

O módulo entrou na atmosfera marciana na quarta-feira, dia 19, para aquela que seria uma descida de 6 minutos até à superfície, perdendo o contacto com a ESA momentos antes da sua aterragem.

O Schiaparelli ainda abriu os pára-quedas para abrandar a descida, depois de aberto o escudo de protecção térmica, mas os propulsores desligaram-se mais cedo do que o suposto, levando a que a queda livre a que o módulo esteve sujeito demorasse um período superior ao esperado. O impacto, refere o comunicado, ocorreu a mais de 300 quilómetros hora.

Os cientistas da ESA vão continuar a tentar descodificar os dados extraídos a partir das gravações de sinais de descida Schiaparelli captadas pelo ExoMars TGO (a boleia da sonda durante sete anos, uma nave russo-europeia, a Trace Gas Orbiter), a fim de estabelecer ligações com o Metrewave Radio Telescope (GMRT), um gigante telescópio localizado perto de Pune, na Índia, e com a sonda Mars Express da ESA, que ainda se encontra em órbita.

A sonda europeia Schiaparelli, que havia iniciado no domingo uma descida de três dias em direção ao planeta vermelho, foi o segundo falhanço seguido da ESA numa missão a Marte. Em 2003, o robot Beagle 2 (construído no Reino Unido) desapareceu após se ter separado da nave-mãe, a Mars Express.