À chegada a Idanha-a-Velha, uma das aldeias históricas do distrito de Castelo Branco, e junto ao único café da localidade, está a cantora brasileira e madrinha do projeto IGAEDIS – Da Civitas Igaeditanorum à Egitânia, cujo objetivo é caracterizar e compreender a cidade antiga de Idanha-a-Velha e os seus territórios desde o século I a.C. ao século XII.

A embaixadora da Universidade de Coimbra na área da língua e da cultura diz-se “orgulhosa” por apadrinhar este projeto arqueológico, que foi motivo de protocolo entre o município de Idanha-a-Nova, Universidade de Coimbra e a Universidade Nova de Lisboa e que define a colaboração técnica e científica para a salvaguarda e divulgação do património de Idanha-a-Velha.

“Esta é a minha terceira visita a Idanha-a-Velha”, diz, sentada numa das pedras que fazem parte da vida das pessoas da aldeia, adiantando que a “própria muralha [Idanha-a-velha] é feita de pedras de diferentes tempos”.

“Acho isto uma beleza, vasos de plantas em cima de um capitel romano, é fascinante”, explica.

Pedro Carvalho, um dos coordenadores do projeto, levou-a à aldeia histórica e aí teve o primeiro contacto: “Uma das coisas que mais me encantou foi que as pedras estão aqui na vida das pessoas. Está na vida das pessoas, é diferente de fazer um trabalho arqueológico e ir para um museu”.

A autora e compositora de temas como “Fico assim sem você” ou “Vambora” explica que a sua paixão pela História romana e arqueologia está relacionada com as suas origens italianas e confessou que antes de se tornar cantora pensou em ser arqueóloga ou veterinária.

“Antes de me aventurar pela música e quando não sabia o que fazer uma coisa em que pensei foi na arqueologia”, disse.

Adriana Calcanhotto quer ser útil a Idanha-a-Velha, que mais não seja levando o seu nome e o de Portugal por esse mundo fora.

“Acho que mesmo em Portugal muita gente não conhece Idanha-a-Velha, uma aldeia única”, desabafa.

A cantora brasileira não descarta, no futuro, conciliar a música com a arqueologia e disse hoje em Idanha-a-Velha para participar nas escavações.

“Escavar, sem saber o que está procurando é mais ou menos a mesma coisa que compor uma canção. Na música, é a mesma coisa, vai escavando até que você encontra”, concluiu.

Terminada a conversa, a cantora brasileira deslocou-se para o local das escavações, onde se juntou à equipa que já se encontrava no terreno a trabalhar sob o tórrido calor de Idanha-a-Velha.