“On Exile” é o título desta nova exposição no Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), remetendo para a doença mental e também para a situação dos refugiados que vivem nos Estados Unidos da América, forçados a deixar os seus países de origem, assolados pela guerra.

O artista português que reside nos Estados Unidos há vários anos, entrevistou individualmente doentes crónicos com depressão e também refugiados de países como o Iraque, criando vídeos que são exibidos nesta mostra.

“Para mim é muito importante apresentar um trabalho intimista que aborde a depressão, uma doença que ainda é muito estigmatizada”, disse aos jornalistas durante uma visita guiada, defendendo a necessidade de “inserir o tema na arte contemporânea e no pensamento”.

O objetivo é “combater os ‘clichés’ sobre uma doença que afeta milhões de pessoas, e é habitualmente escondida ou excluída da sociedade”.

A obra de José Carlos Teixeira, que é professor no departamento de arte da Universidade de Wiscosin, atravessa a antropologia e a política, e recusa que seja tratada como documentário ou entrevista jornalística.

“Assumi a entrevista como prática artística, mas numa visão poética”, na qual as peças convidam à contemplação.

Nas entrevistas aos refugiados a palavra saudade surge praticamente em todos os depoimentos: sentir a falta do passado, da família, dos amigos, do país ao qual continuam a dizer-se leais, mas onde não podem viver devido à violência.

Utilizando maioritariamente o vídeo, a instalação e também o texto e a fotografia, através do recurso a estratégias performativas e/ou participativas – que envolvem a participação e colaboração de terceiros -, José Carlos Teixeira tem vindo a explorar noções de identidade, fronteira, exílio ou deslocamento.

Esta exposição apresenta um conjunto de obras produzidas entre 2016 e 2017.

O MAAT traz também a Portugal a exposição “Electronic Superhighway”, produzida pela Galeria Whitechapel, de Londres, em 2016, e que reúne mais de cem peças sobre o impacto das novas tecnologias e da Internet, nos artistas de meados da década de 1960 até ao presente.

Apresenta obras multimédia novas e raramente vistas, juntamente com filmes, pintura, escultura, fotografia e desenho de mais de 70 artistas, incluindo Cory Arcangel, Judith Barry, James Bridle, Constant Dullaart, Lynn Hershman Leeson, Vera Molnar, Nam June Paik, Thomas Ruff, Hito Steyerl, Amalia Ulman, entre outros.

O título da exposição, “Electronic Superhighway”, tem origem num termo inventado em 1974 pelo artista sul-coreano pioneiro da videoarte, Nam June Paik, que percebeu o potencial das ligações globais através da tecnologia.

Ordenada por ordem cronológica invertida, a exposição começa com obras criadas na passagem do milénio, e termina com Experiências em Arte e Tecnologia (E.A.T.), um evento que foi considerado marcante em 1966.

Abarcando um período de 50 anos, de 2016 a 1966, são apresentados momentos-chave na história da arte e da Internet, à medida que a exposição viaja em direção ao passado.

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