Quase sempre de hanbok cor-de-rosa vestido, a tradicional veste coreana, Ri Chun-hee é a mulher que anuncia na televisão estatal os grandes momentos da história do país, conta o The Guardian.

Já com 74 anos e reformada Ri Chun-hee voltou à televisão este ano. E pouco se sabe sobre ela. Nasceu em 1943, no seio de uma família pobre em Tongchong. Começou por estudar teatro na Universidade de Pyongyang e foi recrutada pela KCTV, a televisão estatal da Coreia do Norte e a única que existe. A sua primeira aparição nos ecrãs data de 1971 e, três anos depois, foi promovida e começou a apresentar as notícias. Passados mais de 40 anos, a mulher de cor-de-rosa é conhecida por todos e dá formação a futuros pivôs.

Até 2012, ano da sua retirada da televisão, Ri Chun-hee teve a responsabilidade de anunciar acontecimentos marcantes para a Coreia do Norte. Sem esconder as lágrimas e vestida de preto, anunciou, em 1994, a morte de Kim Il-sung e, em 2011, a do seu filho, Kim Jong-il. Voltou ocasionalmente, para divulgar algumas operações militares.

Agora, com os mísseis, Ri Chun-hee volta a assumir o seu papel na televisão. "O teste da bomba de hidrogénio projetada para o nosso armamento balístico intercontinental foi um perfeito sucesso", anunciou no passado domingo.

Num perfil publicado pela revista Chosun Monthly, em 2009, foi referido que a pivô vive luxuosamente em Pyongyang, com o seu marido, filhos e netos. Mas o que é preciso para ser a cara - e a voz - destas notícias na Coreia do Norte? Segundo a própria, é bastante simples: não gritar, adequar o tom ao que é dito. E isso aprende-se com os grandes líderes do país.

"A sua voz passou a ser um chamamento, de modo que sempre que ela dizia as notícias os espetadores ficavam tocados", referiu a mesma revista. "Quando anuncia relatórios e declarações, os inimigos tremem de medo".

No fundo, Ri Chun-hee é a voz do regime num país onde o líder Kim Jong-un raramente fala diretamente com o povo.

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