"Este caderno foi visto apenas por seus proprietários, eu e o editor", informou à AFP Bernard Comment, responsável pela publicação da obra intitulada "Vincent Van Gogh, o nevoeiro de Arles, o caderno recuperado". "É assombroso, fulgurante", acrescentou. 

De acordo com o site francês Le Figaro, não é conhecida a origem deste caderno, nem o número exacto de desenhos que contém. Bernard Comment adiantou apenas que serão mais de dez originais e que todos estão devidamente autenticados pelos especialistas. Mais detalhes sobre esta edição anunciada hoje pelas Éditions du Seuil só serão conhecidos na conferência de imprensa mundial que terá lugar em Paris, em meados de novembro. 

Vincent Van Gogh nasceu em 1853 e morreu, com apenas 37 anos, em 1890, devido a um ferimento com uma bala resultante de uma tentativa de suicídio. Os desequilíbrios emocionais e psíquicos foram uma constante da sua vida.

É um dos grandes nomes da pintura europeia, sendo-lhe atribuídas mais de duas mil obras de arte. Contemporâneo de pintores como Toulouse-Lautrec, Monet, Renoir, entre outros,  a sua história cruza-se de forma especialmente próxima com a de Paul Gauguin, com quem partilhou casa, em Arles. É neste período que pinta uma das suas obras de referência, Os girassóis, ( na realidade, cinco versões dos Girassóis, atualmente espalhadas pelo mundo). Os girassóis foram pintados para decorar o quarto de Paul Gauguin, que considerava um mestre.

Os dois pintores mantiveram uma relação simultaneamente de admiração e fricção cujo episódio mais notório foi a discussão, na véspera de Natal de 1888, que terá levado Van Gogh a  cortar um pedaço da sua orelha, mutilação que podia ter lhe custado a vida e que deu tema a uma das suas pinturas ("Auto-retrato com a orelha cortada").

Genial e complexo, é dele que se aguarda agora conhecer mais um conjunto de desenhos inéditos.