As canções finalistas desta segunda semifinal juntam-se às já apuradas: "Só por Ela" (composta por Diogo Clemente e interpretada por Peu Madureira), "(sem título)" (composta e interpretada por Janeiro), "Para sorrir eu não preciso de nada" (Júlio Resende/Catarina Miranda), "Pra te dar abrigo" (Fernando Tordo/Anabela), "Anda estragar-me os planos" (Francisca Cortesão e Afonso Cabral/Joana Barra Vaz), "Zero a zero" (Benjamim/Joana Espadinha) e "Sem medo" (Jorge Palma/Rui David).

O pontapé de saída da edição número cinquenta do Festival da Canção ficou marcado por um erro na contagem que deu origem a uma alteração de finalistas e a um pedido de desculpas por parte da RTP aos telespetadores e artistas. Daniel Deusdado, diretor de programas da estação pública, explicou na altura que o erro foi cometido por uma das pessoas responsáveis por receber os votos vindos do público (televoto).

A segunda noite do evento musical que escolhe o representante português na Eurovisão acontece já este domingo, pelas 21h00, no Estúdio 1 da RTP. A emissão pode ser também acompanhada na RTP Internacional e RTP Play.

Depois de uma dupla masculina na apresentação da primeira semifinal, agora será a vez das senhoras, com Sónia Araújo e Tânia Ribas nos comandos da emissão.

No artigo de antevisão à primeira semifinal, explicámos todas as novidades desta edição. Da escolha dos compositores ao lançamento de excertos de 45 segundos dos temas em competição, são várias as mudanças. Ora recorde aqui.

De Diogo Piçarra a Sequin: as 13 músicas

A estação pública lançou um convite a 22 compositores para que apresentassem uma canção original inédita, conforme a matriz do último ano. A estes juntaram-se o convidado de Salvador Sobral, dois autores que responderam ao concurso promovido pela Antena 1 e outro selecionado pelo júri do programa “Master Class” da mesma estação de rádio. Tal como na edição passada, foram os compositores a fazer o convite aos intérpretes para cantar as suas canções.


São estes os temas, intérpretes e compositores da primeira semifinal do Festival da Canção. Percorra a galeria para ficar a conhecer. 


Ao contrário da primeira semifinal, nesta gala teremos duas canções em inglês. “All Over Again”, de Ana Miró, também conhecida do público por Sequin, com composição de Bruno Cardoso (ou Xinobi); e “Sunset”, de Peter Serrado, o lusodescendente nascido no Canadá que interpretará o seu próprio tema. 

Esta será também a via escolhida por Diogo Piçarra, com “Canção do Fim”, e por Daniela Onís, vencedora do concurso masterclass da Antena 1, com “Pra lá do rio”.

O homem forte de Balla, Armando Teixeira, escolheu Lili, dos seus Bulllet, para cantar “O voo das cegonhas”. "Sobre nós", composta pela rapper portuense Capicua, terá voz de Tamin, dos Cais do Sodré Funk Connection. Do mesmo supergrupo lisboeta (e de tantos outros projetos) participará também o produtor e baixista Francisco Rebelo, que convidou David Pessoa para cantar “Amor veloz”. 

Festival da Canção: O que vai ouvir na segunda semifinal
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João Afonso disse a Rita Ruivo: "Anda daí"; e ela irá. Já Susana Travassos será a “Mensageira” de Aline Frazão, compositora e um dos nomes mais sonantes da nova geração de músicos angolanos.

O também Paulo Flores convidou Minnie e Rhayra para "Patati Patata" e o cabo-verdiano Tito Paris escolheu Maria Inês Paris, que é sua sobrinha e se destacou no The Voice Portugal, para interpretar “Bandeira azul”. Do concurso de talentos da RTP vem também Cláudia Pascoal, a escolha de Isaura para cantar "O jardim".

A voz dos Delfins convidou Dora Fidalgo, que nos idos anos 90 acompanhou juntamente com a irmã, Sandra Fidalgo, a banda de “Saber Amar”. "Arco-Íris (Assim cantou Zaratustra)" é o título da música da dupla. Se Miguel Angelo repete a passagem pelo Festival, em 1985 os Delfins concorreram com o tema "A Casa na Praia", Dora pode voltar a pisar os palcos da Eurovisão, já que em 1989 participou como voz de suporte do grupo Da Vinci.

Votação e o "Júrisidro"

Os finalistas e vencedor são encontrados por votação do público (50%) e votação do júri (50%), num modelo inspirado no que tem vindo a ser seguido pela EBU (Eurovision Broadcast Union) nos últimos anos.

As linhas para o televoto serão abertas imediatamente após a apresentação das 13 canções a concurso e fechadas, à voz das apresentadoras, antes do final do programa.

De acordo com o regulamento do Festival, a primeira música mais votada recebe 12 pontos, a segunda 10 pontos, a terceira 8 pontos, a quarta 7 e por aí adiante. A partir da 11ª todas recebem zero pontos.

De cada semifinal saem sete finalistas escolhidos por um júri que este ano volta a ser presidido por Júlio Isidro (ou carinhosamente apelidado de Júrisidro). A acompanhar o apresentador estarão os cantores Ana Bacalhau, Carlão, Luísa Sobral e Sara Tavares, a radialista Ana Markl, o jornalista Mário Lopes e os compositores Tozé Brito e António Avelar Pinho.

O presidente do júri tem voto de qualidade em caso de empate entre os jurados. Em caso de empate depois de somados os pontos do público e do júri, o desempate é feito pelos jurados no caso das semifinais, pelo público na grande final.

A homenagem a Carlos Paião (e não só)

Além das músicas a concurso, tal como na primeira semifinal, João Pedro Coimbra e Nuno Figueiredo vão debruçar-se sobre o cancioneiro de Carlos Paião.

"Vinho do Porto (Vinho de Portugal)", que em 1983 levou ao Festival em conjunto com  Cândida Branca Flor,"Souvenir de Portugal", "Zero a Zero" e "Ga-Gago" foram os temas revisitados na primeira semifinal. Neste domingo certamente poderemos ouvir, entre outros temas, "Playback", tema com o qual venceu o Festival em 1981.

Mas outras surpresas podem estar a ser preparadas pela estação pública. Recorde-se que na primeira semifinal também a carreira e vida de Dina e Madalena Iglesias foram recordadas.

Na grande final será a vez de Simone de Oliveira, a voz de "Desfolhada" que este ano completa 80 primaveras, e as Doce, a primeira girl band portuguesa, a serem homenageadas. Ainda não se conhecem as vozes que vão prestar tributo, mas sabe-se que serão coordenadas por Nuno Feist e Moullinex, respetivamente.

A caminho da Eurovisão

Filomena Cautela e Pedro Fernandes serão os responsáveis pela apresentação da grande Final, o espetáculo que reunirá as 14 canções finalistas e que acontece a 4 de março no Multiusos de Guimarães.

A “descentralização” do Festival não é uma novidade. Por outras vezes o palco do concurso deixou a capital: Porto (1983), Funchal  (1987), Évora (1989), Santa Maria da Feira (2001), por exemplo.

Na grande final o processo de votação é diferente. O vencedor é encontrado através da votação do televoto (50%) e de um júri regional (50%), constituído por representantes das cinco regiões de Portugal Continental e das 2 regiões autónomas (Madeira e Açores). O resultado final da votação será então o resultado da soma destas duas votações.

O vencedor do Festival da Canção, que regressou no ano passado como uma janela renovada, abrindo o concurso a compositores que nunca nele tinham participado, irá participar em maio no Festival da Eurovisão da Canção, que este ano se realiza em Lisboa.

O evento vai contar com a presença de 43 países a concurso – o maior número de sempre, facto que só aconteceu duas outras vezes, em 2008 e 2011.

A partir de 4 de maio, a Praça do Comércio irá transformar-se na Eurovision Village (aldeia da Eurovisão), que estará de portas abertas diariamente até 13 de maio, entre as 15:00 e as 23:00, e onde haverá espetáculos ao vivo, um ecrã gigante onde serão transmitidas em direto as semifinais e a final, animação de rua e outras atividades. A festa irá fazer-se também numa discoteca na zona ribeirinha, que toma o nome de Eurovision Club.