Em entrevista à agência francesa AFP, o músico disse querer alertar para a necessidade de salvar o Mar Morto e “tornar o mundo consciente” do perigo do seu desaparecimento.

Para assinalar esta causa, Jarre vai realizar um concerto “intimista”, que incluirá a presença de DJ, músicos israelitas e franceses, além de dois ‘sets’ do próprio Jarre, estando previsto que termine na manhã de sexta-feira, ao nascer do sol.

Jarre questiona ainda as medidas de proteção ambiental implementadas por Donald Trump, entre as quais a construção do oleoduto Keystone XL, que o predecessor Barack Obama havia cancelado.

“Para mim, todo o propósito deste projeto é fazer com que as pessoas tenham consciência da urgência de lidar com a Terra como um todo. O concerto vai contribuir – espero – para organizar a resistência contra todos os Trumps do mundo”, afirmou.

O nível de água do Mar Morto, lago de água salgada situado entre Israel, Jordânia e os territórios ocupados palestinianos, tem recuado cerca de um metro por ano, o que pode levar ao seu desaparecimento antes de 2050, alertam os especialistas.

O músico, de 68 anos, preocupa-se com causas desta natureza e já tinha alertado antes para a falta de oxigénio no Mar Morto, uma alusão ao seu mais conhecido álbum, “Oxygene”.

Jean-Michel Jarre é embaixador da boa vontade da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO, na sigla em inglês), entidade que designou Massada como património mundial em 2002.

“Quero que o Mar Morto, como Massada, faça parte da herança mundial da UNESCO”, disse Jarre, porque “esta região pertence à humanidade” e “envolve todos de um ponto de vista humano”.

Assim, o músico escolheu para o seu concerto um local perto da fortaleza de Massada, situado num planalto com vista para o Mar Morto.

Há 10 mil lugares disponíveis, com preços que oscilam entre os 120 e os 720 euros, divulgou a diretora artística do programa, Alexandra Juran, que também vai dirigir um filme sobre o concerto e está previsto ser lançado este ano.