Na década de 1980, Ryan Weidemnan mudou-se da Califórnia para Nova Iorque: queria ter nome como fotógrafo. Mas era preciso ganhar a vida e, por si só, a fotografia não lhe pagava a renda e os custos da cidade onde são feitos os sonhos.

"Estava inspirado pelos grandes fotógrafos de todo o mundo, mas especialmente pelos da cidade dos arranha-céus", explicou o artista ao jornal espanhol La Vanguardia.

Numa cidade desconhecida, valeu-lhe o vizinho, taxista, que lhe deu emprego. Quando se apercebeu, estava sozinho pelas ruas de Nova Iorque, a transportar desconhecidos.

"Conduzir um táxi não estava nos meus planos. Mas tinha de fazer algo para sobreviver. Tinha arrendado o típico apartamento para artistas. Um espaço pequeno, com apenas 18,5 metros quadrados, velho e com água fria. E tinha apenas 300 dólares na carteira", reconhece. 

"Depois de uma semana a conduzir o táxi, pude ver todo o potencial fotográfico", referiu Weideman. "Tantas combinações interessantes e inusitadas de pessoas que transportava no meu táxi. Fotografá-las pareceu-me uma coisa que eu podia fazer. O banco traseiro do carro estava num estado de fluxo constante, repleto de pessoas interessantes que eram excitantes e inspiradoras, criando a sua própria atmosfera".

O trabalho nem sempre era assumido. Algumas vezes o fotógrafo pedia permissão às pessoas, outras disparava "acidentalmente". E teve sorte, já que personalidades passaram pelo seu táxi, como o poeta Allen Ginsberg. Não raras as vezes, o próprio fotógrafo aparece nos registos.

Os seus modelos mantinham-se, na maior parte das vezes, desconhecidos. Contudo, chegou a cruzar-se novamente com quem já tinha fotografado: foi o caso da mulher que dá corpo à fotografia intitulada "Ruby Duby Do". E claro que se lembrava do taxista que, numa noite, decidiu fotografá-la no banco do carro onde seguia. Afinal, as fotografias são memórias impressas.

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