Na sequência do surgimento de recentes preocupações no que diz respeito à proteção dos modelos, o Council of Fashion Designers of America (CFDA) anunciou recentemente que uniu forças com a organização The Model Alliance para criar novos espaços onde os manequins podem trocar de roupa longe de olhares indiscretos ou fotografias intrusivas. Com esta área, os modelos deixam de ter como premissa que a nudez pública vem como parte do trabalho.

“Os modelos levantaram preocupações sobre fotografias invasivas e falta de privacidade quando trocam de roupa nos bastidores da Semana da Moda de Nova Iorque", disse Sara Ziff, fundadora da organização, à publicação "The Cut".

"O Model Alliance leva estas preocupações a sério e decidimos dar passos extra nesta temporada para garantir um ambiente de trabalho seguro e respeitoso ao providenciar áreas privadas nos bastidores”, acrescentou.

O CFDA e o The Model Alliance têm trabalhado com agência de modelos IMG e com o Pier59 Studios para criar as áreas.

Muitos modelos têm partilhado histórias de exploração durante o movimento #MeToo. A modelo Cameron Russell lançou, inclusive, a hashtag #myjobshouldnotincludeabuse (O meu trabalho não deve incluir abuso, em português) e partilhou histórias, em anonimato, de modelos na sua conta de Twitter.

O mundo da moda tem estado no centro de várias polémicas devido à alegada cultura de má conduta sexual na indústria. Recentemente, vários modelos masculinos acusaram os conhecidos fotógrafos Bruce Weber e Mario Testino de avanços indesejados e coaçãoEm resposta, a Condé Nast Internacional emitiu um novo código de conduta para os fotógrafos que trabalham com as marcas do grupo, que incluem VogueVanity Fair e a New Yorker.

A Semana da Moda de Nova Iorque de 2018 arrancou oficialmente esta quinta-feira, 8 de fevereiro. O desfile do realizador e estilista Tom Ford foi um dos destaques da abertura de um dos maiores eventos mundiais da indústria.

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