Para o diretor do Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), Fernando Matos de Oliveira, a nova temporada reforça a ideia de um “teatro de criação, de experimentação, com residências artísticas”, ao mesmo tempo que volta a vincar a programação de cinema de autor, fazendo “do TAGV a cinemateca de Coimbra”.

O Coletivo Soul, do Brasil, vai estar em residência no teatro, a preparar a estreia do espetáculo “Drácula or the Un-Dead”, em dezembro, que vai mostrar o resultado de viagens exploratórias entre a Amazónia e “as montanhas” da Roménia, perseguindo a obra do britânico do século XIX Bram Stoker.

Neste mês, há a apresentação, no dia 24, do espetáculo “Negociatas”, que resulta do projeto internacional de formação performativa Écoles des Maîtres, bem como o concerto de lançamento do novo single de The Weatherman, a 30.

Em outubro, a companhia mala voadora apresenta no palco do TAGV, a 13, a peça “Moçambique”, de Jorge Andrade, e, a 15, há um concerto de abertura de temporada pela Orquestra Académica da Universidade de Coimbra.

“O Olhar de Milhões”, de Raquel Castro, um espetáculo sobre “o turismo de massas e a turistificação de quase tudo” que afeta a Europa, é apresentado no TAGV a 22 de novembro, disse o diretor do teatro.

Nesse mesmo mês, atua ainda em Coimbra o Teatro da Rainha, com uma proposta em torno de Samuel Beckett, “Dramatículos 2″, dramatização das peças “Eu não”, “Cadeira de embalar” e “Ato sem palavras 1″.

Já na área do cinema, a rubrica “Cinema à Segunda” mantém-se, exibindo, na tela do teatro de Coimbra, obras de autores como Jacques Demy, Christophe Honoré, Teresa Villaverde, Gus Van Sant e Wim Wenders, além de o TAGV receber a Festa do Cinema Francês e o Caminhos Film Fest.

“Mantemos uma relação com vários públicos”, sublinhou Fernando Matos de Oliveira, considerando que a abertura a diferentes faixas etárias e gostos “vai acontecer o mais possível”.

Durante a apresentação da nova temporada, a vice-reitora da Universidade de Coimbra (UC), Clara Almeida Santos, vincou o momento de mudança em torno da “relação entre a universidade e o teatro”.

“A Universidade de Coimbra realiza inúmeras iniciativas por ano na área da cultura. Queremos que esta relação [com o TAGV] seja cada vez mais estreita”, defendeu, referindo que o teatro vai passar “a assumir a produção e coordenação da Semana Cultural da Universidade de Coimbra”, que em 2018 tem a sua 20.ª edição.

Nos primeiros quatro meses de temporada, o TAGV conta com 65 iniciativas.