A reunião de cinco das sete versões dos "Girassóis", que Vincente Van Gogh pintou entre 1888 e 1889, em Arles, no Sul de França, numa mesma sala, foi anunciada na quinta-feira, pela National Gallery, em Londres, no seu sítio 'online', numa iniciativa que também mobiliza o Museu Van Gogh, em Amesterdão, o Philadelphia Museum of Art, nos Estados Unidos, a Nova Pinacoteca de Munique e o Seiji Togo Memorial Museum of Art, em Tóquio.

Esta mostra sem precedentes é possibilitada pela rede social Facebook, na próxima segunda-feira, superando a localização dos vários museus, em três continentes, o que tem representado um impasse para a reunião real dos diferentes exemplares, num só local.

Assim, na tarde de segunda-feira, todas as instituições reúnem esforços, durante 95 minutos, a partir das 17:50 (a mesma hora em Londres e Lisboa), colocando em linha as cinco pinturas, de forma consecutiva, cada uma durante 15 minutos.

As transmissões terão lugar em frente a cada versão das pinturas, numa experiência imersiva denominada "Sunflowers 360".

Gabriele Finaldi, diretor da National Gallery, em Londres, museu que irá coordenar o evento e que lidera todos os outros que o irão integrar, em declarações disponíveis no 'site' da instituição, realça a singularidade da experiência que considera "absolutamente entusiasmante".

A subdiretora Susan Foister, com a responsabilidade logística e de relações exteriores da National Gallery, destaca a importância do Facebook como "uma solução apelativa" para a "reunião digital" das peças, de acordo com a imprensa internacional, que noticiou o projeto.

Martin Bailey, autor do livro "The Sunflowers are Mine" (2013), especialista na obra de Van Gogh, aponta a questão da conservação e "fragilidade das peças" - que, dada a sua "popularidade", devem permanecer nas repetivas galerias, como defende em declarações ao jornal The Telegraph - para esta ser uma experiência irrepetível.

Durante a sessão, um curador em cada galeria irá falar sobre aspetos diferentes de cada pintura, das escolhas de Van Gogh, no que toca a cores ou texturas, remetendo para a sua paixão pela natureza.

Duas versões dos "Girassóis" estão em falta, uma devido à sua destruição num incêndio, em 1945, e outra por fazer parte de uma coleção privada, sem exibição desde 1948.

Van Gogh (1853-1890) não vendeu nenhum dos cinco quadros até à sua morte, situação que se manteve de 1891 a 1924, quando a mulher do seu irmão, Jo Bonger, vendeu quatro.

A família do pintor ficou com uma quinta versão do quadro, atualmente em exposição no Museu Van Gogh, em Amesterdão.

As diferentes pinturas representam a beleza da renovação dos ciclos da vida e morte, através do conjunto de girassóis, numa jarra.