“O material mais importante que nós não perdemos foi nenhuma vida. Todas as vidas foram salvas e é esse o maior ativo, mas, de facto, houve perdas de mangueiras, ventiladores, agulhetas que são as pontas das mangueiras de combate a incêndio”, avançou o presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ponta Delgada.

João Paulo Medeiros falava aos jornalistas no quartel de Ponta Delgada após uma cerimónia de homenagem aos bombeiros que combateram o incêndio no HDES, que, segundo disse, causou um prejuízo de cerca de 15 mil euros àquela associação humanitária.

O dirigente destacou que o material de combate ao fogo tem um “custo muito elevado” e referiu que os bombeiros esperam “contar com o apoio do Governo” Regional para a substituição dos equipamentos.

“Foi feito o relatório e o inventário a pedido do próprio Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores. Foi enviado pelo nosso comandante no sentido de haver um apoio extraordinário porque é tudo material muito caro”, realçou, exemplificando com “fatos danificados” e “capacetes derretidos”.

Quando questionado, João Paulo Medeiros adiantou que o relatório da ocorrência vai ser “bastante complexo e extenso”, estando a ser elaborado pelo comandante da corporação.

O presidente dos bombeiros de Ponta Delgada lembrou que existiam “materiais altamente inflamáveis”, uma vez que o incidente aconteceu no posto de transformação elétrico, levando a que os bombeiros estivessem sujeitos a “temperaturas de mais de mil graus”.

“Muito dificilmente seria possível fazer mais e melhor porque a determinada altura os bombeiros interpuseram-se entre a barreira de fogo e o hospital. Passaram a uma situação defensiva. Lutaram com todas as armas que tinham e conseguiram evitar uma calamidade que podia ter sido dantesca”.

Já sobre a revisão do estatuto social do bombeiro, anunciado pelo Governo dos Açores, João Paulo Medeiros considerou tratar-se de um "primeiro passo", que "tem o seu mérito" e que é "bem-vindo".

O incêndio no hospital de Ponta Delgada, que deflagrou pelas 09:40 locais de 04 de maio (10:40 em Lisboa) e só foi declarado extinto às 16:11, obrigou à transferência de todos os doentes que estavam internados para vários locais dos Açores, Madeira e continente.

O Governo dos Açores declarou no dia seguinte a situação de calamidade pública para "acelerar procedimentos" que permitam normalizar, num "curto espaço de tempo", a atividade da maior unidade de saúde açoriana.

A direção clínica anunciou entretanto que o hospital vai ser reativado lentamente.

Não foi ainda divulgada uma contabilização dos estragos do fogo.