“Eu fiquei surpreendida, sobretudo porque imaginávamos, como acho que é natural, que já estivesse programado (o plano de verão), uma vez que estamos mesmo à beira do verão. Aliás, eu na verdade, esperava que já estivéssemos a trabalhar no plano de inverno, um plano que tem de ser preparado com pelo menos quatro a cinco meses de antecedência”, disse a ministra ao comentar a informação de que o diretor-executivo do SNS demissionário terá recusado elaborar esse plano.

O jornal Público noticiou hoje que a ministra da Saúde pediu a Fernando Araújo um plano de verão para o SNS, mas o agora diretor-executivo demissionário terá recusado.

De acordo com o jornal, Fernando Araújo terá estranhado o pedido por não estar a par dos planos da tutela, mas o Governo esperava que o plano estivesse adiantado e assegura que irá garantir que o verão “decorra com normalidade”.

No Porto, à margem de uma visita ao bloco operatório do Hospital de Santo António, onde foi conhecer um projeto que junta cirurgia robótica e inteligência artificial, Ana Paula Martins disse que será a ‘task force’ que “em despacho, está a ser nomeada”.

“Temos uma ‘task force’ que, em despacho, está a ser nomeada e que já está desde que tomamos posse a trabalhar no Plano de Urgência e de Emergência que será apresentado brevemente pelo Governo. Naturalmente que este denominado Plano Sazonal também será realizado com este mesmo grupo de líderes, que tem pessoas de várias profissões e, sobretudo, tem pessoas de várias zonas do país”, disse.

Confrontada pelos jornalistas com perguntas sobre qual plano, em específico, tinha sido pedido à Direção-Executiva do SNS (DE-SNS), Ana Paula Martins não esclareceu totalmente as competências de cada uma das estruturas ligadas ao SNS e à área da saúde, mas disse que tinha “expectativa” que a DE-SNS garantisse a articulação de toda esta rede.

“Os Planos Sazonais de saúde pública são da DGS [Dirção-Geral da Saúde], por causa das ondas de calor e das ondas de frio, e são sempre feitos pela DGS e assim continuará (…). Mas sintetizando um longo decreto-lei [dos estatutos da DE-SNS] com muitas competências e inúmeras atribuições, é muito claro que a articulação da malha, da rede das ULS [Unidades Locais de Saúde] que integram os centros hospitalares e os chamados centros de saúde, é competência do senhor diretor-executivo e da sua equipa para garantir a articulação de toda esta rede”, referiu a governante.

E acrescentou: “Se temos situações de maior pressão em determinadas alturas do ano, em determinadas regiões do país e em determinadas especialidades, como sabemos a obstetrícia, é isso que a DE-SNS faz, tem feito, e daí essa expectativa”.

Antes de seguir para o Centro Materno-Infantil do Norte (CMIN), uma estrutura que também faz parta da ULS Santo António, Ana Paula Martins também foi questionada sobre quem será o sucessor de Fernando Araújo na DE-SNS, mas não respondeu.

Sobre a visita ao CMIN, que não estava formalmente programada, a ministra avançou que serviria para se reunir com “líderes a Norte e perceber (…) e perceber a resposta a dar aos cidadãos”.

Antes, em informação à margem dada aos jornalistas, foi referido que a reunião juntar responsáveis do Norte da área materno-infantil de forma a preparar o plano de verão

No Santo António, ao longo de toda a visita, Ana Paula Martins foi acompanhada pelo presidente do conselho de administração da ULS Santo António, Paulo Barbosa, pelo diretor do serviço de cirurgia deste hospital, Eurico Castro Alves, que é também presidente da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos, pelo diretor clínico, António Barros e pelo diretor do CMIN, Caldas Afonso.

Para domingo está planeada uma visita de Ana Paula Martins à urgência de obstetrícia do Hospital de São João, também no Porto.

(Artigo atualizado às 14h28)