O organismo de estatística publica hoje os dados preliminares da despesa pública de 2023.

Em 2022, a despesa pública atingiu 107,1 mil milhões de euros, o correspondente a 44,8% do Produto Interno Bruto (PIB), menos 2,9 pontos percentuais do que em 2021.

No entanto, face a 2021, a despesa pública aumentou 4,4% em termos nominais, já que se tinha fixado em 102,5 mil milhões de euros do ano anterior.

De acordo com o INE, o crescimento em termos nominais resultou do aumento do esforço orçamental associado às medidas de mitigação dos impactos do choque geopolítico e da inflação na economia portuguesa, tendo-se registado crescimentos nas remunerações (3,5%), no consumo intermédio (8,8%) e nas prestações sociais (7,4%).

Por sua vez, o investimento subiu 7,7% (mais 430 milhões de euros que em 2021), depois de já ter aumentado 17,5% e 28,3% em 2021 e 2020, respetivamente.

Em contrapartida, os encargos com rendimentos de propriedade — que correspondem sobretudo a juros pagos — voltaram a diminuir (-9,4%, relativamente em 2021), atingindo pela primeira vez, desde 2006, um valor nominal inferior a cinco mil milhões de euros.

Apesar do aumento nominal, o peso da despesa pública no PIB em 2022 foi inferior em 2,9 pontos percentuais face a 2021, fixando-se em 44,8%, o correspondente a menos seis pontos percentuais ao valor para o conjunto de países da zona euro.

O INE assinalou, contudo, no ano passado, que se a comparação for feita com a média simples dos pesos da despesa no PIB dos vários países da área do euro, Portugal apresenta “valores próximos nos últimos cinco anos”.

De acordo com o INE, as prestações sociais foram a rubrica da classificação económica com maior peso relativo, representando 41,7% do total da despesa, enquanto as remunerações pagas corresponderam a 24,1% desse total.