“A situação ainda está a deteriorar-se e não podemos nos dar ao luxo de esperar por algo catastrófico aconteça”, disse Grossi, depois de ter participado numa reunião sobre a situação.

O diretor-geral da AIEA adiantou que discutiu com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergey Lavrov, com quem se encontrou na manhã de hoje à margem da 77.ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU).

“Enquanto os bombardeamentos continuarem, os riscos são enormes”, acrescentou.

As autoridades ucranianas acusaram hoje a Rússia de ter bombardeado novamente o local da maior central de energia da Europa, garantindo que a taxa de radiação nesta instalação não excedesse a norma.

“Mesmo nas piores condições, a diplomacia nunca deve parar (…). É da nossa responsabilidade fazê-lo com propostas pragmáticas e realistas, e é isso que estamos a tentar fazer”, comentou Grossi.

Ao seu lado, a ministra francesa dos Negócios Estrangeiros, Catherine Colonna, especificou que o objetivo era “uma desmilitarização da central nuclear no âmbito da soberania da Ucrânia”.

Ao relatar novos bombardeamentos, a operadora pública de centrais nucleares ucranianas, Energoatom, pediu hoje à AIEA “ações mais eficazes” contra Moscovo.

A central de Zaporijia, ocupada por tropas russas desde as primeiras semanas da invasão russa da Ucrânia iniciada em 24 de fevereiro, foi alvo de bombardeamentos repetidos nos últimos meses.

Kiev e Moscovo culpam-se e acusam-se de chantagem mutuamente.