A operação de transporte do edifício pré-fabricado - onde funcionou de raiz, até setembro de 2019, o café e restaurante Swell, antes de ser adquirido pelo município para ser deslocalizado daquele local, onde irá passar a nova via de acesso à praia do Cabedelo -, começou ao final da tarde de hoje e vai prolongar-se pela noite e madrugada, só devendo estar concluída durante o dia de terça-feira.

Conforme constatou a agência Lusa, o edifício foi içado por uma grua de 50 toneladas e colocado num transporte especial que deverá sair da praia do Cabedelo na noite de hoje. O percurso de nove quilómetros até ao parque de campismo municipal, que será acompanhado pela PSP, implica o atravessamento da povoação da Gala, as pontes dos Arcos (sobre o braço sul do Mondego) e Edgar Cardoso, entre as duas margens do rio e parte da Estrada Nacional 109, antes de entrar na Figueira da Foz pela rodovia urbana.

Em declarações à Lusa, o presidente da câmara, Carlos Monteiro, admitiu ser a primeira vez que é realizada na Figueira da Foz uma operação desta envergadura relativa a um edifício, justificando-a por ser "a maneira mais barata de o transportar e de o reutilizar".

"Entre o que o edifício vale e o valor da operação de transporte e de instalação no parque de campismo para o deixar funcional, há um diferencial favorável", frisou Carlos Monteiro, acrescentando que o pré-fabricado irá funcionar como ‘bungalow' na nova localização.

Segundo os dados disponibilizados pelo autarca, aquando do acordo feito com a antiga proprietária - que foi indemnizada em 80 mil euros -, o Swell "foi avaliado por um perito externo [à câmara] em 62 mil" euros.

"Como o transporte, a reparação com colocação de estacas [na base] e os trabalhos para o deixar funcional orçam em 30 mil, um valor abaixo da avaliação, entendemos reaproveitá-lo e repô-lo no parque de campismo para servir como ‘bungalow'", alegou o presidente do município do litoral do distrito de Coimbra.

Além do antigo café, a construção da nova via de acesso à praia do Cabedelo implicou outra indemnização, neste caso à proprietária de uma escola de surf, a funcionar igualmente num edifício pré-fabricado, orçada em 45 mil euros.

Este edifício não vai ser deslocalizado e será desmantelado, tendo a proprietária optado por construir um novo, na mesma zona do Cabedelo, sustentou Carlos Monteiro.