O discurso do português que lidera esta organização internacional foi feito em contexto de “agitações” que marcam o início do ano, que vieram juntar-se a conflitos que perduram no tempo.

“A guerra nunca é inevitável, é uma questão de escolha e, com frequência, resulta de erros de cálculo”, afirmou Guterres, ao dirigir-se aos membros deste órgão da ONU.

Na sua intervenção, o secretário-geral alertou que “as tensões políticas alcançaram níveis perigosos, mais recentemente no Golfo Pérsico, além das tensões militares tradicionais”.

As suas palavras coincidem com a tensão entre EUA e Irão, depois de os norte-americanos terem assassinado o general iraniano Qasem Soleimani no Iraque e dos ataques em resposta de Teerão.

Na sua intervenção, Guterres alertou que o mundo está a viver uma era de “propagação de ódio e impunidade” e, com o aumento da turbulência, a confiança entre as nações e dentro delas está em baixa, pelo que considerou que “a cooperação internacional está em uma encruzilhada”.

Por este motivo, declarou aos membros do Conselho de Segurança que em “este tempo de tensões e distúrbios a nível internacional, a Carta (da ONU) continua a ser o nosso marco partilhado de cooperação internacional para o bem comum”.

Guterres recordou a importância da “não-ingerência, autodeterminação e soberania dos Estados membros”, mas também a igualdade entre homens e mulheres, as ameaças das alterações climáticas e a necessidade de solucionar os conflitos de maneira pacífica.

Para o secretário-geral, é preciso regressar à essência e aos fundamentos da Carta porque os seus princípios salvaram vidas e promoveram o avanço económico e o progresso social, além de evitarem que o mundo conhecesse outra guerra mundial.

Mas quando estes princípios são ignorados, marginalizados ou aplicados seletivamente, o resultado é catastrófico: conflito, caos, morte, desilusão e desconfiança”, realçou Guterres.

Neste quando, e recordando que este ano se cumprem os 75 anos da fundação da ONU, Guterres destacou a sua importância na prevenção de conflitos.

“Gastamos muito mais tempo a recursos a responder e a gerir crises do que em preveni-las. Temos de reequilibrar a nossa abordagem”, recomendou.

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