Na representação, Cândido Ferreira tanto trabalhou em cinema como em televisão, mas em particular em teatro desde a década de 1970, tendo iniciado carreira no Teatro Operário de Paris e cofundado, em 1974, a cooperativa cultural Teatro O Bando.

Cândido Ferreira, que, segundo o jornal Público, morreu no Hospital dos Capuchos, em consequência de um cancro, foi ator, dramaturgo, encenador, produtor, trabalhou com mais de uma dezena de companhias teatrais, entre as quais o Teatro Experimental do Porto, Artistas Unidos, A Escola da Noite e o Teatro da Cornucópia.

Nascido em 1950, Cândido Ferreira distinguido em 1988 com o Prémio Garrett, pela interpretação em "Comunidade", a partir de um texto de Luiz Pacheco.

Foi também diretor artístico no Teatro Chaby Pinheiro, na Nazaré.

A morte de Cândido Ferreira foi lamentada pelo Presidente da República, que enalteceu a encenação de "textos fortes da literatura portuguesa", e pela ministra da Cultura, que recordou uma "carreira que evidencia a sua paixão pelo teatro".

Também a Academia Portuguesa de Cinema lamentou a morte do ator, recordando as "dezenas de papéis em televisão, entre telefilmes, séries e novelas", ao longo de mais de quatro décadas.

Foi presença recorrente sobretudo em papéis secundários, aos quais emprestou "a sua generosa bonomia a personagens de composição detalhada", como escreveu Graça Fonseca.

Cândido Ferreira entrou, por exemplo, em "Os Canibais", de Manoel de Oliveira, "Corte de cabelo", de Joaquim Sapinho, "Adão e Eva", de Joaquim Leitão, "Camarate", de Luís Filipe Rocha, "Tabu", de Miguel Gomes, "Os Maias", de João Botelho, "Herdade", de Tiago Guedes" e ainda em "Hotel Império" e "Cartas de Guerra", do filho Ivo M. Ferreira.

Em televisão, foi possível vê-lo na telenovela "Laços de Sangue" ou na série "Liberdade 21", e mais recentemente, em "Terra Nova".