De acordo com autoridades eleitorais instaladas pela Rússia nas quatro regiões, 93,11% dos cidadãos de Zaporijia votaram a favor da anexação à Rússia, após a contagem de 100% dos boletins de voto.

Na região de Kherson, a administração de Moscovo informou que 87,05% dos eleitores votaram a favor do “sim” à anexação, tendo sido também contados todos os votos.

Pouco depois, as autoridades em Lugansk também anunciaram a vitória do “sim”, enquanto a contagem na quarta região ucraniana onde também se realizou um “referendo”, o Donbass (leste), continua, apesar de as autoridades já terem anunciado que “o sim prevaleceu largamente”.

Hoje, a presidência russa (Kremlin) voltou a ameaçar com o uso de armas nucleares para defender os territórios em causa.

Os referendos, contestados tanto por Kiev como pelo Ocidente, deverão servir de pretexto para Moscovo anexar as quatro regiões, o que poderá acontecer já na sexta-feira.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kouleba, ignorou os números relativos à votação, que foram sendo anunciados durante o dia, e assegurou que “não muda nada” nas ações militares de Kiev.

Os aliados da Ucrânia também denunciaram estas votações, organizadas com caráter de urgência pela Rússia face ao progresso das forças de Kiev.

O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Políticos reiterou, numa reunião do Conselho de Segurança sobre os “referendos” de anexação hoje realizada, o apoio da ONU à “integridade territorial da Ucrânia” e das “suas fronteiras reconhecidas”.

O G7, grupo dos sete países mais industrializados do mundo (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) prometeu “jamais reconhecer” os resultados enquanto Washington garantiu que dará “uma resposta severa” através de novas sanções económicas.

Em 2014, a Rússia usou o resultado de um referendo realizado sob ocupação militar para legitimar a anexação da península ucraniana da Crimeia, no Mar Negro.