Cerca de 180 agentes federais estiveram envolvidos na operação, cumprindo 55 mandados de busca e apreensão e outros 28 de prisão.

Em comunicado, as autoridades brasileiras explicaram que o objetivo da operação, denominada Cravada, foi “desarticular o núcleo financeiro de facção criminosa responsável pela recolha, gestão e emprego de valores para financiamento de crimes nos estados do Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Acre, Roraima, Pernambuco e Minas Gerais”.

O PCC recolhe dinheiro de reclusos seus associados e valores obtidos pela prática de crimes como tráfico de drogas e vendas de armas.

Este dinheiro é usado para pagar o transporte e a permanência de membros e familiares do PCC em locais próximos às prisões.

Os pagamentos, também chamados de “rifas”, foram descobertos pela polícia antes desta operação e eram transferidos para o PCC através de várias contas bancárias de forma intercalada para impedir o rastreamento do dinheiro.

Segundo as investigações da Polícia Federal, a facção movimentou cerca de um milhão de reais (220 mil euros) por mês em 400 contas que já foram bloqueadas.

As investigações contra o núcleo financeiro do PCC começaram em fevereiro, depois que um departamento de contas do grupo criminoso foi identificado na prisão regional de Piraquara, no sul do estado brasileiro do Paraná.

As autoridades descobriram que as atividades daquele pequeno grupo se estendiam por várias cidades do Brasil e, por isso, a operação foi realizada em sete estados.

Fundado no início dos anos 1990 numa prisão de São Paulo, o PCC é a maior facção criminosa do Brasil.

O grupo pratica atividades relacionadas com tráfico de drogas e armas, especialmente nas regiões de fronteira, e também atua no roubo de carga e contrabando de combustível.

O PCC disputa o controlo do tráfico de drogas no Brasil com outros grupos criminosos, incluindo o Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro, contra quem tem promovido uma guerra dentro das prisões brasileiras.

No final de julho, membros do Comando da Classe A (CCA), facção criminosa aliada ao PCC, entraram em confronto com membros do CV numa prisão na cidade de Altamira, no estado do Pará.

Um total de 58 reclusos morreram dentro daquela prisão, 16 deles decapitados, enquanto outros quatro foram sufocados dentro de uma carrinha enquanto eram transferidos para outra prisão.