“Este investimento tem duas temáticas que gostaria de abordar. A primeira é ser no Barreiro, porque o Barreiro tem uma história de vida ligada à primeira industrialização do país, e muito ligada ao mar, ligada à atividade portuária”, disse à agência Lusa a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, pouco depois de presidir à cerimónia de inauguração do novo espaço, em conjunto com a ministra da Cultura, Graça Fonseca.

“Faz todo o sentido que algo relacionado com o mar, com os portos, seja no Barreiro”, acrescentou Ana Paula Vitorino, salientando que o Centro de Documentação, no Parque Industrial do Barreiro, é equidistante dos três portos – fica a cerca de 30 quilómetros dos portos de Lisboa, Setúbal e Sesimbra.

No que respeita à infraestrutura do novo Centro de Documentação na zona industrial da antiga CUF, a ministra do Mar considerou tratar-se de um “avanço notável” daquilo que é o património histórico dos três portos e até dos Descobrimentos.

“Foi nesta área do Barreiro, e também de Lisboa, que foram construídas as naus que foram utilizadas nos Descobrimentos. Desde então, até agora, há uma série de projetos, monografias, fotografias notáveis, que estavam escondidas em salas – porque, como se sabe, ao longo de décadas, os arquivos eram sempre colocados nos sítios mais recônditos dos diferentes serviços – e agora estamos a recuperar e a fazer a digitalização de todo o acervo histórico dos três portos”, justificou.

“É uma marca de modernidade mas também de aproximação aos cidadãos, que poderão consultar estes documentos de uma forma fácil através da Internet”, sublinhou Ana Paula Vitorino, referindo ainda que é preciso continuar a investir na digitalização e nos programas informáticos que vão fazer a gestão de toda a informação portuária.

Por sua vez, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, destacou a ligação que existe entre a cultura portuguesa e o mar.

“Pensei no melhor exemplo, para além deste, que podia dar sobre a ligação entre a cultura e o mar. E lembrei-me da dupla Porfírio Pardal Monteiro/Almada Negreiros. Naturalmente, estou a falar das gares marítimas de Alcântara, [onde] esta dupla (…) tem aqueles painéis extraordinários”, disse.

“[O novo Centro de Documentação dos Portos de Lisboa e de Setúbal e Sesimbra] é de facto um dos projetos que temos vindo a trabalhar para dar o próximo passo, mostrar como a cultura e o mar têm muito mais a ver, na sua origem e na forma como se cruzam, do que muitas vezes pensamos”, acrescentou Graça Fonseca.

De acordo com uma nota de imprensa distribuída aos jornalistas, “os quatro mil metros lineares do acervo documental do Centro de Documentação dos Portos de Lisboa, Setúbal e Sesimbra integram documentos desde o século XIX até à atualidade”.

Entre outros documentos do acervo, o Ministério do Mar destaca as “séries documentais ‘Atas do Conselho de Administração {1907-2014)'”, uma “coleção de cartografia antiga, constituída por cerca de 16.800 desenhos”, e “coleções de fotografia antiga (datada da primeira metade do século XX) e de fotografias datadas das décadas de 60, 70, 80 e 90 do século passado”.

O fundo bibliográfico, constituído por 6.800 títulos (monografias, obras de referência, relatórios, estudos e artigos), é outro exemplo da importância do acervo do novo Centro de Documentação dos Portos de Lisboa, Setúbal e Sesimbra.

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