“Para que se entenda a escala desses bombardeamentos, toda geração térmica e hidroelétrica, se falarmos de grandes estações, foi danificada por ataques de mísseis”, disse Volodymyr Kudritski, CEO da Ukrenergo, a empresa estatal de distribuição de eletricidade.

Kudritski acrescentou que, após seis ataques à infraestrutura energética do país pela Rússia, “praticamente não há centrais térmicas e hidroelétricas intactas na Ucrânia”.

O administrador da empresa estatal explicou que quase não há subestações nodais da Ukrenergo intactas, referindo que todas as grandes instalações “já foram atingidas por explosões, e algumas delas por várias vezes”.

Kudritski insistiu na necessidade de os cidadãos se prepararem para possíveis cortes de energia, mas insistiu em tratar os apagões como um procedimento técnico.

“Um apagão não é o fim do mundo. É o desligamento total ou substancial do sistema elétrico, após o qual o serviço é retomado”, explicou o responsável da Ukrenergo.

“Temos de estar preparados para alguns apagões longos, que excederão quatro horas. Em alguns casos, como após o mais recente ataque, durou até um dia ou mais, em algumas regiões”, concluiu Kudritski.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.