No início do mês, Válter Fonseca, coordenador da Comissão Técnica de Vacinação Contra a Covid-19, um órgão consultivo da DGS, disse em entrevista à agência Lusa que o parecer estava a ser elaborado e seria "naturalmente conhecido para que o planeamento da vacinação possa ser feito atempadamente". Ou seja, antes do regresso às aulas.

Hoje, o jornal Público avança que este grupo de peritos aconselhou que os jovens entre os 12 e os 15 anos sejam vacinados mas apenas se tiverem comorbilidades de risco para a covid-19. Segundo o apurou o diário, o aparecer foi entregue à DGS esta segunda-feira, a quem cabe a decisão final. A mesma informação foi revelada ontem pelo Observador.

O diário escreve que a comissão técnica teve em conta um grupo de especialistas, principalmente da área da pediatria, para chegar a um consenso e recomendação. Em discussão estava a decisão de recomendar a vacinação universal ou apenas aos jovens que tenham doenças de risco (a par do que foi decidido no Reino Unido). O Público escreve que na opinião dos especialistas consultados o assunto tem de continuar a ser estudado e monitorizado, já que não houve unanimidade nesta decisão dentro da própria comissão, composta por 11 peritos.

Em 5 de julho, a ministra da Saúde, Marta Temido, em entrevista à TVI, revelou que os jovens com idade inferior a 18 anos deverão começar a ser vacinados contra a covid-19 na última semana de agosto, caso o Governo consiga manter o plano de vacinação previsto.

"Aquilo que nós estimamos é seguirmos este plano que temos e com as quantidades de vacinas a continuarem a chegarem-nos conseguirmos abrir na última semana de agosto vacinação para os menos de 18 [anos]", adiantou, acrescentando que a vacinação nos menores de 18 só será possível só se forem cumpridos os planos de vacinação.

"Neste momento, sabemos qual é o nosso contexto. Temos uma vacina que já tem uma indicação clara para os mais de 16 anos, temos um plano de vacinação que vai até aos 18 anos e continuamos apostados em proteger aqueles que são mais vulneráveis à doença grave e ao internamento", afirmou, ressalvando que o início do ano letivo não estava em causa.