Em declarações aos jornalistas à margem dos trabalhos da reunião magna, que decorrem no Hotel dos Templários, em Tomar (distrito de Santarém), a líder parlamentar considerou que "este congresso é um momento muito importante de renovação do PAN, é um momento não só de união como de foco naqueles que são os objetivos" e "de fortalecimento".

"Acredito fortemente que vamos sair com a nossa união reforçada deste congresso, com um espírito coletivo, e capazes de enfrentar não só aquele que vai ser o próximo objetivo, que são as autárquicas que em breve vamos ter no nosso país, mas também mais tarde nas regiões autónomas" e também nas próximas legislativas, salientou.

Questionada sobre as alterações aos estatutos subscritas pela sua lista candidata à Comissão Política Nacional, passando a estar previsto que a Comissão Política Permanente (órgão eleito pela Comissão Política Nacional e que assegura a gestão administrativa e a direção quotidianas do PAN) possa "suspender preventivamente qualquer militante" que ponha em causa o "prestígio e o bom nome" do partido, Inês Sousa Real recusou que esteja em causa implementar uma 'lei da rolha'.

"De todo, não é esse o espírito da proposta. Aquilo que se pretende é que o órgão de direção quotidiana do partido possa cautelarmente aplicar essa medida, que é sujeita a ratificação da Comissão Política Nacional, e portanto, como em qualquer processo disciplinar, todas as garantias não só de defesa estão acauteladas, o próprio direito de recurso para o Conselho de Jurisdição Nacional, e aquilo que se visa é evidentemente poder acautelar que situações graves, grosseiras possam ser salvaguardadas pelo partido", salientou.

O objetivo, indicou, é que a Comissão Política (que até agora era o órgão com competência para aplicar sanções) "possa estar focada naquele que é o seu trabalho, que é debater os grandes temas da atualidade política do país", pelo que é criado também o Conselho Disciplinar.

A candidata a suceder a André Silva (porta-voz desde 2014) explicou que esta proposta "vem beber também dos regulamentos que já existiam", apontando que se "tratam de regras internas que já estavam vertidas em regulamentos internos e o que se procurou foi tornar claro que este tipo de medidas estão presentes nos estatutos e não apenas em mero regulamento" e que seria "grave que não fosse o congresso a tomar esta decisão, mas sim a comissão política sem estar validada pelo congresso".

Sobre o futuro do partido, Inês Sousa Real disse que quando o PAN diz que "concorre para ser governo" é porque acredita "estar em condições de ser governo", se os eleitores assim o entenderem.

"Estaremos inteiramente disponíveis para assumir as responsabilidades que os portugueses nos queiram dar e o contexto terá de ser sempre avaliado consoante aquilo que seja a matemática parlamentar e consoante aquela que seja a conjuntura. Agora, o que esperamos é que os portugueses nos deem cada vez mais força e cada vez mais a possibilidade de fazermos avançar as nossas causas porque acreditamos que somos uma solução política única no nosso país", defendeu, antecipando que "mais tarde ou mais cedo" o PAN conseguirá crescer em termos eleitorais.

Sobre o mandato, a dirigente disse que abraça este projeto "com imenso ânimo, sentido de compromisso e de missão" para "dois anos muito desafiantes e complexos".

Questionada também sobre as eleições autárquicas, que deverão acontecer em setembro ou outubro, remeteu para breve o anúncio dos candidatos e adiantou que não se irá candidatar a nenhum município, ao contrário do que aconteceu em 2017, quando foi candidata à Câmara Municipal e à Assembleia Municipal de Lisboa.