"Atualmente, não estamos em situação de pandemia", termo que se aplica a uma situação de disseminação global de uma doença, disse à imprensa Sylvie Briand, diretora do departamento de preparação global para os riscos infeciosos da OMS.

"Estamos numa fase epidémica com múltiplos surtos", acrescentou.

Desde que surgiu, em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei, o novo coronavírus já provocou 426 mortos e infetou mais de 20.400 pessoas.

Sylvie Briand lembrou que o berço da epidemia foi a província de Hubei. "A transmissão de homem para homem é intensa e as autoridades chinesas adotaram medidas" para limitar a propagação da doença, acrescentou

"Esperamos que, com base nessas medidas tomadas em Hubei, mas também em outros lugares em que tivemos casos, possamos parar a transmissão e livrar-nos desse vírus", sublinhou.

A responsável da OMS considerou que conter o vírus é um autêntico "desafio" devido à deslocação das populações e à facilidade de transmissão. "Não estou a dizer que é fácil, mas (...) achamos que é possível".

Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais casos de infeção confirmados em 24 outros países.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na passada quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.

Na China, o hospital construído no tempo recorde de 10 dias em Wuhan, a cidade onde surgiu o novo coronavírus, recebeu esta terça-feira os primeiros pacientes, informou a imprensa estatal chinesa.

Cinquenta pacientes foram internados no hospital de 34.000 metros quadrados, equipado com tecnologia 5G, anunciou a agência Xinhua.

Desde 24 de janeiro, a China transmitiu quase ao vivo a construção do hospital improvisado, filmada permanentemente pelas câmaras de televisão que exibiam o trabalho de milhares de operários, com o auxílio de guindastes e escavadoras.

Os portugueses que estavam na cidade chinesa já regressaram a Portugal.

No avião de transporte C-130 da Força Aérea Portuguesa, as pessoas que decidiram sair de Wuhan, epicentro do contágio do coronavírus, foram acompanhadas por oito tripulantes e oito profissionais de saúde, incluindo uma equipa de sanidade internacional.

Os 20 cidadãos repatriados, 18 portugueses e dois brasileiros, foram instalados em instituições dedicadas para o efeito no Hospital Pulido Valente (Centro Hospitalar de Lisboa Norte) e no Parque da Saúde de Lisboa, onde irão permanecer em isolamento profilático durante 14 dias.

A conferência de imprensa foi organizada para esclarecimentos, depois de se saber que os testes laboratoriais realizados pelo INSA [Instituto Ricardo Jorge] deram negativos quanto à potencial existência do coronavírus nos cidadãos repatriados.

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