Estas críticas foram feitas por António Costa na intervenção de encerramento do debate quinzenal, na Assembleia da República, num discurso em que fez um ataque cerrado à chamada direita política.

De acordo com o primeiro-ministro, essa direita política inorgânica "está a apostar agora na dramatização da conflitualidade social, na criação de um clima de crispação artificial, que já não poupa sequer o Presidente da República", Marcelo Rebelo de Sousa.

"A grande fúria da direita inorgânica, que não se sente representada por um PSD e um CDS fracos, é manifestar-se de forma inorgânica, recorrendo a tudo, até à remobilização do professor Cavaco Silva, que, depois de tantos anos ter repetido que nunca tinha sido político profissional, optou agora por usar o seu tempo de reforma para se dedicar profissionalmente à política", disse António Costa sobre o anterior chefe de Estado.

Perante esta corrente ideológica, o primeiro-ministro defendeu que a resposta correta é a da "serenidade".

"O recurso ao populismo e às 'fake news' por parte do PSD e do CDS só demonstra mesmo a sua fragilidade, falta de argumentos e ausência de alternativa positiva para o país. Eles, PSD e CDS, de facto, têm uma alternativa, mas é de retrocesso, de enfraquecimento da economia e de destruição do atual modelo social", disse.

Na mesma linha de ataque ideológico de António Costa, o coordenador da bancada socialista para as questões de trabalho, Tiago Barbosa Ribeiro, defendeu que o PS "entende que não é possível resolver a sustentabilidade financeira ou social do sistema de pensões se a economia estiver a andar para trás, se não houver emprego e salários dignos, porque sem eles não há contribuições e os défices surgem".

"Por isso, os principais inimigos da sustentabilidade da nossa Segurança Social são aqueles que defendem a flexibilização laboral, que estiveram contra a regularização dos precários, que se opuseram ao aumento dos salários e que recusaram diversificar as fontes da Segurança Social. Não é preciso irmos muito longe para sabermos quem são. Eles estão neste hemiciclo e sentam-se nas bancadas do PSD e do CDS", apontou.

O deputado do PS acusou depois o PSD e CDS de terem "abalroado a confiança dos portugueses no sistema de Segurança Social, quando propuseram um corte de 600 milhões de euros nas pensões a pagamento e quando puseram no programa eleitoral que iam privatizar uma parte dos seus descontos".

"Da próxima vez que [a presidente do CDS-PP] Assunção Cristas for a uma empresa falar com trabalhadores e criticar este Governo, como ainda fez na semana passada, dizendo que os rendimentos são baixos, pode aproveitar e pedir-lhes desculpa por ter votado nesta Assembleia [da República] contra os aumentos de salários e pensões".

Antes de Tiago Barbosa Ribeiro, a deputada socialista Wanda Guimarães elogiou a ação do Governo no sentido de "retomar a informatização da Segurança Social", dizendo que o parque informático está a ser renovado e que há agora mais funcionários afetos a este serviço.