Com início às 11:00, a ação de fiscalização, com seis militares da GNR e dois elementos do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), implicou o desvio para a área de serviço do Caia de todos os veículos que entraram em Portugal pela autoestrada A6.
Já na área de serviço nem todos foram fiscalizados, mas os condutores dos veículos mandados parar pelas autoridades, tal como os passageiros que seguiam nas viaturas, tiveram que mostrar o certificado de vacinação, testagem ou recuperação da covid-19.
João Silva, um dos primeiros automobilistas a ser fiscalizado nesta operação, afirmou à agência Lusa que a ação não lhe causou transtorno e até concorda, pois qualquer pessoa pode originar “a transmissão do vírus” da covid-19.
Sublinhando que “já tinha conhecimento” das novas regras para entrar no país, através da comunicação social, este automobilista português assinalou que não foi necessário “mostrar teste”, uma vez que já tem “a segunda dose da vacina”.
Mas a operação de fiscalização não agradou a todos e Cristina Sousa, que seguia sozinha ao volante de um automóvel, confessou à Lusa que discorda das novas medidas, pelo “imenso tempo” que se perde.
“Não acho nada bem, porque trabalhamos em Badajoz (Espanha) e é complicado andarmos sempre nisto. Perdemos imenso tempo e estes cinco ou 10 minutos que se perdem, depois, vão nos fazer falta”, sublinhou.
Cristina, que disse trabalhar no setor do turismo, salientou que a pandemia de covid-19 já “estragou completamente” a área onde exerce profissão e “agora volta a estragar”, devido às novas medidas restritivas.
Tal como João, também o cidadão espanhol Jacinto Simancas estava prevenido e apresentou às autoridades portuguesas o “passaporte covid” para poder entrar em Portugal e “fazer compras e comer em Elvas”.
Esta ação “é uma medida boa”, frisou à Lusa Jacinto, assinalando que já estava preparado para a fiscalização, depois de ter visto “pela televisão que havia controlo” das autoridades portuguesas na fronteira.
Também em declarações à Lusa, o comandante do Destacamento de Elvas da GNR, João Lourenço, afirmou que as pessoas que entraram em Portugal pelo Caia e que foram fiscalizadas durante esta ação apresentaram “na sua generalidade os documentos necessários”.
“Temos verificado que as pessoas já estão sensíveis a estas ações de fiscalização e em toda a sua generalidade apresentam a documentação necessária e de forma muito natural”, adiantou o militar da Guarda.
Segundo o comandante do Destacamento de Elvas da GNR, numa operação de fiscalização realizada esta madrugada, também na fronteira do Caia, uma pessoa não apresentou documentação e foi notificada para efetuar um teste à covid-19 nos serviços de saúde.
As novas medidas para responder ao aumento do número de casos de covid-19 em Portugal entraram em vigor às 00:00 de hoje, coincidindo as restrições com o regresso à situação de calamidade, que vai manter-se até 20 de março de 2022.
Para entrar em Portugal pelas fronteiras terrestres, é exigido teste negativo aos cidadãos oriundos de países exteriores à União Europeia e dos países da UE considerados de nível de risco vermelho ou vermelho escuro.
Aos cidadãos oriundos dos países da UE considerados de risco baixo ou moderado é apenas exigido o certificado de vacinação.
Para garantir que esta medida é cumprida nas fronteiras terrestres, a GNR e o SEF vão realizar operações de fiscalização “aleatórias”.
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