O parlamentar refere que, de acordo com a organização Greenpeace, foi detetada a 200 milhas dos Açores uma embarcação estrangeira “capturando espécies de tubarões com estatuto de ameaça, classificados na lista vermelha de espécies da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN)”.

De acordo com uma nota de imprensa do PCP, que cita a organização internacional Greenpeace, tratam-se de tubarões anequim, das espécies ‘Isurus oxyrinchus’ e ‘Isurus paucus’, considerando-se que a situação detetada “não se reveste de um carácter excecional, estimando-se em cerca de 25.000 as capturas anuais destas espécies”.

O eurodeputado, através de um pedido de resposta escrita à Comissão Europeia, questiona aquele órgão sobre que informações dispõe relativamente à situação das espécies de tubarões mencionadas, no Atlântico Norte e na Zona Económica Exclusiva dos Açores, assim como relativamente às referidas atividades de pesca.

Outra das questões colocadas pelo deputado comunista pretende apurar a posição que se tem adotado relativamente a esta questão no seio da Comissão Internacional para a Conservação dos Atuns do Atlântico (ICCAT) e que avaliação se faz das suas recomendações.

O investigador e biólogo belga Frederic Vandeperre explicou à agência Lusa que o tubarão anequim é uma espécie “pouco abundante” e “enfrenta muitos mais problemas em termos de conservação”, contrariamente à tintureira, espécie também conhecida por tubarão azul, que é “muito comum” nas águas dos Açores.

Frederic Vandeperre refere que o anequim tem neste momento medidas de gestão impostas pela Comissão Internacional para a Conservação dos Tunídeos do Atlântico (ICCAT) face ao seu “estado de conservação preocupante”, que surgiram há cerca de um ano, sendo reavaliadas ainda este ano.

O investigador considera que o anequim como não constituiu uma espécie abundante, como a tintureira, “as suas capturas são assessórias”, mas “com alto valor comercial”, estando associadas à captura do espadarte, que é sazonal e depende de certas zonas.

A organização ambientalista Greenpeace alertou em finais do mês de junho para a pesca excessiva de tubarões no Atlântico Norte, por parte de barcos portugueses e espanhóis, considerando que tem consequências “devastadoras” para algumas espécies.

O alerta partiu do diretor para os Oceanos da Greenpeace no Reino Unido, Will Mccallum, um dos ativistas que assistiu a um barco espanhol a 200 milhas do arquipélago dos Açores que estava a pescar tubarões.

A Greenpeace documentou as capturas que estavam a ser feitas e refere que o barco devia dedicar-se à pesca sustentável do peixe espada, mas tinha mais captura de tubarão.