O encontro entre ambos é relatado num artigo de opinião — escrito na primeira pessoa — publicado esta sexta-feira na New York Magazine. Todavia, o artigo não visa exclusivamente Trump e elenca mais 22 "homens hediondos" com quem Carroll se cruzou.

Segundo o relato, o encontro terá acontecido "no final de 1995 ou início de 1996". Carroll escreve que Trump a reconheceu na loja Bergdof Goodman, no centro de Manhattan, como "aquela senhora da coluna dos conselhos". Carroll tinha 52 anos e começara há pouco tempo a escrever na coluna "Ask E Jean" da "Elle". Trump teria 49 ou 50 anos, e estava casado com Marla Marples.

Donald Trump, à época um magnata do ramo imobiliário e reconhecida figura em Nova Iorque, alegadamente, entrou na loja para comprar um presente ("roupa interior de renda") para uma "rapariga" — sugerindo que Jean Carroll "experimentasse" o artigo. Quando chegaram aos provadores, segundo o relato de Carroll, Trump puxou-lhe as meias e empurrou-a contra a parede, forçando o contacto com as suas partes íntimas.

A revista New York Magazine confirmou que Carroll contou o incidente a duas pessoas após o ocorrido. Uma terá aconselhado a ex-colunista a ir à polícia, mas outra terá dito para esquecer o encontro entre ambos, alertando que a equipa jurídica do agora presidente dos Estados Unidos a iria "enterrar".

A Casa Branca, contudo, nega todas as acusações. Em comunicado à revista, um porta-voz dá conta que esta "é uma história completamente falsa e irrealista que surge 25 anos depois de supostamente acontecer, tendo sido criada simplesmente para fazer dar uma má imagem do Presidente".

E. Jean Carrol é a 16.ª mulher a acusar Trump de conduta sexual imprópria, de acordo com o The Guardian.

Carroll expõe na revista New York Magazine — que na verdade se trata dum excerto do seu novo livro, What Do We Need Men For? — uma longa história pessoal de encontros desagradáveis ​​e às vezes violentos, com homens que apelida de "homens hediondos".

No artigo, após relatar o incidente com Trump, Carroll alega que foi agredida sexualmente num elevador por Les Moonves — então presidente e CEO da CBS Corporation — depois de uma entrevista conduzida por si para a revista Esquire em 1997. Contudo, Moonves negou o incidente à New York Magazine, de acordo com o The Guardian. Em 2018, Moonves demitiu-se do cargo — tratava-se de um dos executivos mais poderosos da televisão — depois de 12 mulheres o acusarem de assédio ou assédio sexual desde os anos 80.

(Notícia atualizada às 21:20)