Macron iniciou hoje uma série de reuniões com os líderes dos principais partidos, para procurar uma possível solução para o problema criado pelos resultados das eleições legislativas do passado domingo, nas quais o Governo perdeu a maioria absoluta, embora não haja uma maioria alternativa da oposição.

Durante a manhã, o Presidente recebeu o conservador Christian Jacob e o secretário-geral do Partido Socialista, Olivier Faure.

À saída da reunião, Jacob manifestou a intenção do seu partido continuar “na oposição, de maneira determinada, mas responsável”.

“Nunca entraremos no bloqueio das instituições. Mas não vamos entrar numa lógica de pactos de coligação”, sublinhou Jacob, antes de acrescentar que cabe a Macron “colocar propostas em cima da mesa”.

O socialista Faure também pediu propostas concretas, comentando ter tido uma conversa “interessante” com Macron, que o fez perceber que, com estas reuniões, “quer saber qual é a sua margem de manobra”.

Ainda hoje, Macron reúne-se com os seus aliados François Bayrou e Stanislas Guerini, com Marine Le Pen (extrema-direita) e com o secretário-nacional do Partido Comunista Francês, Fabien Roussel.

As negociações ficarão concluídas na quarta-feira, com reuniões com outros líderes partidários.

Durante a manhã, a presidência francesa anunciou que Macron rejeitara a demissão da primeira-ministra, Élisabeth Borne.

“A primeira-ministra apresentou a sua demissão ao Presidente da República, que a rejeitou, para que o Governo possa continuar a desempenhar as suas funções”, disse uma fonte do Palácio do Eliseu.

Logo após o resultado das eleições, vários líderes do partido de esquerda França Insubmissa pediram a demissão de Borne, que assumiu o cargo em 16 de maio.

Alguns dos deputados dessa força partidária avançaram com a intenção de apresentar uma moção de censura ao Governo, embora a coligação de esquerda, da qual fazem parte, não se tenha pronunciado sobre essa possibilidade.

A coligação Ensemble!, em apoio do chefe de Estado francês, conseguiu eleger 245 deputados nestas legislativas, abaixo dos 289 necessários para alcançar a maioria absoluta.

Na segunda posição, com a eleição de 131 deputados, ficou a coligação de esquerda Nova União Popular Ecológica e Social (NUPES), sob a liderança de Jean-Luc Mélenchon e que reúne forças diversas deste quadrante político como a França Insubmissa, os socialistas, ecologistas e comunistas.

Já a extrema-direita francesa, representada pela União Nacional (Rassemblement National) de Marine Le Pen, foi a terceira força política mais votada na segunda volta de domingo e conseguiu o seu melhor resultado passando de oito deputados (em 2017) para 89.