O protocolo vai ser assinado entre o MNAA, a Direção-Geral do Património Cultural, organismo tutelado pelo Ministério da Cultura, e a Fundação Millennium BCP, envolvendo um apoio financeiro de 225 mil euros.

Há uma semana, contactado pela agência Lusa, Joaquim Caetano indicou que o projeto de restauro, para os próximos três anos – 2020-2022 – irá também envolver uma intervenção na Coleção Della Robbia, de escultura de cerâmica vidrada policromada, do acervo do museu.

O protocolo determina que a fundação passará a ser mecenas estratégico do museu para o triénio e abrangerá o restauro da Coleção Della Robbia e dos Painéis de São Vicente, “peça por excelência” do museu.

“É também a peça por excelência da pintura portuguesa, e há muito tempo que se pensava na necessidade de uma intervenção de restauro. Este apoio vem dar-nos a possibilidade de fazer um trabalho a longo prazo sobre esta peça de importância fundamental”, salientou o responsável à Lusa.

O protocolo vai ser a base financeira para estas duas grandes intervenções na área do restauro no MNAA, sendo que a Coleção Della Robbia – nome do artista florentino do século XV -, com nove peças desta oficina renascentista, “é um conjunto internacional de grande importância com restauros já muito antigos”.

“O valor total estimado para o restauro será de 350 mil euros, dos quais este protocolo vai garantir 225 mil”, assinalou Joaquim Caetano, na altura, quando foi anunciada a assinatura do acordo.

O protocolo entra em vigor em 2020 e a primeira fase começará com o diagnóstico do estado da conservação da peça, e as propostas de intervenção, que só será desencadeada na segunda metade do ano.

Sobre o local onde as peças serão intervencionadas, Joaquim Caetano disse que decorrerá no MNAA: “No caso dos painéis, será feita por restauradores do Estado e contratados especificamente e, na Coleção Della Robbia, com restauradores italianos que virão trabalhar no museu durante os próximos três anos”.

“Vamos tentar também que o restauro seja de tal forma faseado, que a maior parte das peças esteja sempre à disposição do público”, disse.

Os painéis foram descobertos em finais do século XIX, no Paço Patriarcal de São Vicente de Fora, em Lisboa, e, na altura, por não terem assinatura e datação visíveis e inequívocas, suscitaram um enorme mistério e fascínio por parte de várias gerações de estudiosos e académicos.

A autoria dos painéis foi descoberta por José de Figueiredo e atribuída a Nuno Gonçalves através da interpretação de um monograma revelado durante o primeiro restauro da pintura na década de 1930, localizado na bota da figura ajoelhada no Painel do Infante, que se presume ser D. Duarte, e que é coincidente com outras assinaturas utilizadas pelo autor em documentos e obras contemporâneas.

Questionado sobre este será o projeto mais importante para o MNAA nos próximos anos, Joaquim Caetano disse que, “do ponto de vista da conservação é um projeto muito emblemático, mas há necessidades que estão sempre em cima da mesa: a expansão do museu, a renovação dos quadros, a renovação do piso intermédio que falta fazer – nas zonas de artes decorativas e da Expansão – e que terá de ser uma prioridade”.

Criado em 1884, o MNAA acolhe a mais relevante coleção pública de arte antiga do país, em pintura, escultura, artes decorativas portuguesas, europeias e da Expansão Marítima Portuguesa, desde a Idade Média até ao século XIX.

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