O animal, que acabou por não resistir à queda, tratava-se de uma girafa-de-Angola com 11 anos, que deu à luz em novembro, e cuja cria foi dada a conhecer ao mundo em fevereiro deste ano.

Inês Carvalho, do departamento de marketing do Jardim Zoológico de Lisboa, disse ao jornal que a queda no fosso foi "inédita" e que aconteceu "ao lado da placa a pedir que não alimentem os animais”. A pessoa que “esteve a alimentar a girafa e a provocá-la” foi identificada pela PSP, assim como testemunhas. Está igualmente a decorrer um um processo de averiguação interno.

O visitante foi identificado pela PSP, encontrando-se o caso em apreciação, revela o Jardim Zoológico em comunicado.

A necropsia foi já realizada e a conclusão foi de morte provocada por colapso cárdio-respiratório, consequência da queda.

“A morte desta girafa que nasceu no nosso Zoo, representa uma perda incalculável para todos os elementos do parque. A Girafa-de-angola é uma das espécies mais emblemáticas e uma das mais queridas dos nossos visitantes", diz Carlos Agrela Pinheiro, administrador do Jardim Zoológico.

Existem atualmente girafas de angola em três jardins zoológicos da Europa, em Lisboa, Dortmund, na Alemanha, e Amersfoort-Utrecht, na Holanda.

Segundo informações do Jardim Zoológico de Lisboa, o declínio da girafa-de-angola, uma subespécie com uma pelagem única, no habitat levou a que a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) a classifique atualmente como “vulnerável”.

Originária das savanas e zonas áridas arborizadas de toda a África Subsariana, a girafa é o animal mais alto do mundo, podendo atingir 5,5 metros de altura.

Caracterizada pelo seu pescoço longo, que lhe possibilita procurar alimento em ramagens muito altas, e pela sua língua comprida e azulada, possui dois cornos curtos, cobertos de pele e pelo, que crescem lentamente ao longo da sua vida. Herbívora ruminante, seleciona folhagens com uma qualidade nutricional elevada, situadas a uma altura de dois a cinco metros.

Devido à grande percentagem de água existente no seu alimento preferido (as folhas das acácias), as girafas conseguem manter-se sem beber água durante longos períodos de tempo, sendo raros os momentos em que a pequena cria acompanha a mãe às fontes de água.

As girafas dormem durante curtos intervalos de apenas alguns minutos de cada vez, de uma média de 30 minutos até ao máximo de duas horas por dia. Fazem-no deitadas com a cabeça apoiada na garupa, mas descansam também de pé, com a cabeça erguida.

Por norma, nasce apenas uma cria, que é amamentada até pelo menos aos oito meses de idade, mas que se mantém dependente da progenitora até perto dos dois anos ou mesmo até atingir a maturação sexual, entre os quatro e os seis anos.

A cria da girafa que morreu este sábado tem seis meses, mas já se alimenta sozinha.