“Começamos desde o início do ano e asseguramos desde já na RTP Memória a continuidade do #EstudoEmCasa no Ensino Básico", anunciou o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, acompanhado pelo Presidente da RTP, Gonçalo Reis, numa conferência de imprensa conjunta na sede da estação pública, em Lisboa.

Nos primeiros meses do #EstudoEmCasa, criado âmbito da pandemia de covid-19, só foram gravadas aulas para o ensino básico, do 1.º ao 9.º ano de escolaridade.

O #EstudoEmCasa trata-se da transmissão televisiva de conteúdos educativos num formato semelhante à antiga telescola, tendo sido uma medida do Governo no passado ano letivo para mitigar as dificuldades de acesso ao ensino, em tempos de trabalho à distância, dos alunos mais carenciados, que não tinham acesso a computadores ou Internet em casa para acompanhar as aulas ‘online’.

Apesar do foco do Governo para este ano letivo estar na decorrência de aulas em ensino presencial, o ministro revelou a vontade de manter estes conteúdos não só para os casos de alunos que tenham de ficar em casa, mas também para servir de apoio pedagógico.

"Independentemente de preservarmos o ensino presencial, é para nós importante valorizarmos o #EstudoEmCasa, este estudo em casa para o qual trabalhámos no último ano", disse Tiago Brandão Rodrigues. Os conteúdos televisivos poderão não só para quem "estiver em casa e tiver de seguir estes blocos", como também servirão como "um recurso para todos aqueles que no futuro queiram aceder a um conjunto de blocos pedagógicos" e até como ferramenta pedagógica para os professores em ensino presencial, defendeu o governante, que disse querer que estes conteúdos sejam "perenes no tempo".

Segundo o calendário apresentado pelo ministro, haverá "a reposição de um conjunto de blocos pedagógicos do ano passado" na RTP Memória durante o mês de setembro para este "primeiro período de recuperação e consolidação de aprendizagens".

No entanto, em 19 de outubro, começam a surgir as novidades. De acordo com Tiago Brandão Rodrigues, vão ser criados conteúdos inéditos para serem transmitidos até ao final do ano. Uma das novidades é que haverá "blocos temáticos" dentro de matérias como português ou matemática. Por exemplo, "matemática e equações de primeiro grau podem ter um, dois ou três blocos", sendo que estes podem ser "trabalhados individualmente ou sequencialmente", anunciou o ministro.

Outra das novidades é que vai ser criado "um bloco de trabalho autónomo", ou seja, um conteúdo televisivo de apoio aos alunos quando estes se encontrarem a realizar trabalhos sozinhos. "Todos entendemos com a experiência do último ano que muitas das nossas crianças e jovens identificaram que a automonitorização, a forma como se organizam, muitas vezes é difícil quando estão sozinhos”, justificou o ministro.

A organização dos anos letivos também vai mudar. Não só vão ser criados conteúdos de raiz para o ensino secundário — que não vão ser transmitidos na RTP Memória, ficando antes alojados na plataforma RTP Play — como o primeiro e o segundo ano de escolaridade deixarão de estar associados nos mesmos blocos. "As crianças do primeiro ano têm outro tipo de necessidades na sua numeracia e literacia, têm de começar logo desde o princípio e não podem estar associadas ao segundo ano", disse Tiago Brandão Rodrigues.

RTP compromete-se a manter "serviço público em estado puro"

Para além de ser alargado ao online com a criação dos conteúdos para o RTP Play, Gonçalo Reis, presidente da estação pública, anunciou que os conteúdos do #EstudoEmCasa vão também figurar a programação da RTP Internacional em formato de compactos. "Vamos levar este conteúdo às comunidades emigrantes, que são particularmente sensíveis a este tema", disse o responsável.

Considerando o #EstudoEmCasa um "ótimo produto televisivo que surpreendeu pela positiva e um programa que teve um impacto enorme e que foi criado em tempo recorde", Gonçalo Reis lembrou também estes conteúdos foram criados nas circunstâncias do estado de emergência.

"O que é criado numa situação de emergência mas tem méritos permanentes, merece ser continuado e tornado uma parte constante da oferta da RTP. Por isso, assumimos aqui o compromisso de passar a ter permanentemente conteúdos educativos formativos na oferta da RTP", disse o responsável.

"Esse compromisso é no contexto da pandemia e para lá da pandemia", contínuo, caracterizando o #EstudoEmCasa como "serviço público em estado puro, porque estão cá todos os ingredientes interessantes: o tema da educação, da formação do conhecimento, o tema de não deixar ninguém para trás, de cobrir com universalidade e dar hipótese a todas as famílias"