A Força Aérea do Chile anunciou na segunda-feira o desaparecimento de um avião militar, que tinha descolado de Punta Arenas com 38 pessoas a bordo, em direção a uma base na Antártida, onde ia prestar apoio logístico, tendo, na quinta-feira, descartado a possibilidade de serem encontrados sobreviventes.

“Foi com profundo pesar que o Governo português tomou conhecimento da confirmação da ausência de sobreviventes do trágico acidente”, refere o Ministério dos Negócios Estrangeiros português, em comunicado hoje divulgado.

Apresentando condolências às famílias das vítimas e “solidariedade para com o povo e as autoridades” chilenas, o ministério lembra que o avião se dirigia à base de investigação científica chilena Presidente Eduardo Frei Montalva, na Antártida.

Uma “região em que Portugal tem vindo a colaborar com o Chile em atividades de investigação conjunta, no quadro do Programa Polar Português”, refere.

O ministro da Defesa do Chile, Alberto Espina, confirmou na quinta-feira que os restos mortais encontrados perto do local onde desapareceu um avião pertenciam às 38 pessoas que iam a bordo, enquanto o comandante-chefe da Força Aérea, Arturo Merino, descartou a possibilidade de serem encontrados sobreviventes.

As condições em que foram encontrados os restos mortais no estreito de Drake, entre o Chile e o continente gelado, onde as águas são consideradas das mais turbulentas do planeta, levaram as autoridades a concluir que é “praticamente impossível existirem sobreviventes deste acidente de avião”, afirmou Arturo Merino.

As equipas de busca localizaram, entretanto, os destroços do avião, a cerca de 30 quilómetros do local onde os pilotos fizeram o último contacto com a torre de controlo.

O Programa Polar Português (Propolar 2018) surgiu quando, no começo da década de 2000, cientistas portugueses, de diferentes áreas de investigação, deram início a uma estratégia de atuação concertada com vista à participação de Portugal no IV Ano Polar Internacional 2007-08 - API (em inglês International Polar Year - IPY).

Portugal não possui infraestruturas na Antártida e as campanhas nacionais apoiam-se na cooperação internacional, estabelecida pelo Propolar durante a última década, com países como a Argentina, Bulgária, Brasil, Chile, China, Espanha, Estados Unidos da América, Peru, República da Coreia e Uruguai.