O facto consta de uma nota informativa do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), a que a agência Lusa teve hoje acesso.

O Eurocopter descolou às 15:10 de uma base privada de Valongo, distrito do Porto, com uma equipa de cinco bombeiros e o equipamento de combate a incêndios composto por cesto e balde. Após largar a equipa de intervenção no solo, e de ter sido posicionado o balde, o piloto voou para um ponto de água próximo para o primeiro abastecimento e descarga no incêndio.

A nota informativa refere que, “repetido o ciclo, na segunda aproximação ao local do incêndio e em coordenação com um outro meio aéreo” que operava no local, “o piloto, conhecedor da existência e localização das linhas aéreas de transporte de energia existentes no local, define a trajetória para a segunda largada”.

“Após transpor uma primeira linha de muito alta tensão, devidamente sinalizada e composta por 14 condutores, o balde suspenso da aeronave colidiu nos cabos da segunda linha, esta posicionada a uma cota inferior e a cerca de 45 metros de distância horizontal da primeira, motivo pelo qual dispensa sinalização”, relata o GPIAAF.

O troço da segunda linha, envolvida no acidente, segundo a nota informativa, “caracteriza-se por um vão de 400 metros, suportado por um poste a Este de esteira vertical e um outro a Oeste de esteira horizontal”.

“Com o rotor de cauda destruído, as vibrações induzidas por este potenciam uma rápida separação do estabilizador vertical, típica nestes eventos de ‘desbalanceamento’ severo de rotor. Já sem rotor de cauda e sem estabilizador vertical a aeronave inicia uma rotação no sentido anti-horário por efeito do torque do rotor principal. A perda de controlo da aeronave foi inevitável e consequente queda abrupta em rotação, percorrendo 66 metros até se imobilizar”, descreve o GPIAAF.

Após “o violento embate com o solo, de imediato deflagrou um incêndio intenso que consumiu a aeronave na totalidade”, indica a nota informativa, acrescentando que ”neste processo o piloto e único ocupante da aeronave foi ferido fatalmente”.

A vítima mortal, Noel Ferreira, de 36 anos, era piloto na Esquadra 751 da Força Aérea Portuguesa e também comandante dos Bombeiros Voluntários de Cete, em Paredes, no distrito do Porto.

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