“A mensagem é clara: se atacarem, todas as fronteiras, os vossos soldados, colonatos, na fronteira, em profundidade (do território) ou no seu coração, poderão ser ameaçados e visados”, declarou Nasrallah, num discurso transmitido pela televisão um dia depois de um ataque de mísseis antitanque realizado pelos combatentes do Hezbollah no norte de Israel.

A tensão entre Israel e o Hezbollah diminuiu hoje um pouco depois da troca de tiros de domingo que fez temer uma onda de violência e deixou pairar a ameaça de um confronto aberto entre os dois inimigos.

Nasrallah afirmou hoje que o seu movimento já “não tem uma linha vermelha” no seu confronto com Israel.

“Ontem (domingo), a resistência quebrou a maior linha vermelha de Israel”, disse, sublinhando o facto de a resposta do seu movimento ter ocorrido em território israelita.

O líder do Hezbollah afirmou ainda que esta “etapa” de resposta a Israel “terminou”, enquanto reiterava o compromisso do seu movimento em abater os ‘drones’ do Estado hebreu que entrarem no espaço aéreo do Líbano.

O ataque de domingo ocorreu após uma semana de tensão crescente depois de o Exército israelita ter bombardeado no dia 25 de agosto uma localidade síria onde o Hezbollah preparava, segundo o Estado hebreu, um ataque com um avião não tripulado (‘drone’).

Nesse mesmo dia, Israel foi acusado pelo movimento xiita de ter atacado com ‘drones’ o seu feudo no sul de Beirute, o que foi qualificado de “declaração de guerra” pelo Presidente libanês, Michel Aoun.

Após o ataque contra o bastião do Hezbollah atribuído a Israel, Nasrallah considerou que tal marcava o início de uma nova fase “muito perigosa para o Líbano” na qual Israel utilizaria aviões não tripulados armados “a cada dois, três dias”, assegurando que o seu movimento iria “fazer tudo para o impedir”.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, advertiu o Líbano e o Hezbollah para terem “cuidado com o que dizem e, sobretudo, com o que fazem”.

Israel acusou o Líbano de permitir que o Hezbollah opere no seu território. O Exército israelita disse que o movimento xiita tenta converter ‘rockets’ em mísseis de precisão, que podem causar maiores danos.

Considerado por Israel e pelos Estados Unidos como uma “organização terrorista”, o Hezbollah é um importante ator político no Líbano, parte da coligação governamental. Intervém militarmente na guerra da Síria ao lado do Irão, apoiando o regime de Damasco.

Israel realizou inúmeros ataques nos últimos anos contra o movimento xiita libanês e alvos iranianos na Síria.

O último grande confronto entre o Hezbollah e Israel data de 2006, quando 33 dias de guerra fizeram 1.200 mortos do lado libanês e 160 do lado israelita.

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