A informação foi prestada no centro de operações de socorro instalado no aeroporto da cidade da Beira e representa um acréscimo de 29 mortos em relação a sábado.

Celso Correia, ministro da Terra e do Ambiente, referiu que os números refletem a recolha de informação a partir de várias áreas antes isoladas.

O número de pessoas afetadas subiu para 531.000.

Este total de pessoas afetadas "não significa que estejam em risco de vida. São pessoas que perderam as casas" ou que estão "em zonas isoladas e que precisam de assistência", explicou.

Por seu lado, o número de salvamentos faz com que os centros de acolhimento continuem a encher e registem já 109.000 entradas, das quais 6.500 dizem respeito a pessoas vulneráveis - por exemplo, idosos e grávidas que recebem assistência particular.

Celso Correia referiu também que há 90.756 alunos que, por várias razões, não vão à escola e que o sistema de educação está comprometido devido ao rasto de destruição.

"Já temos mais unidades organizadas" e a "conquistar mais território", realçou o ministro.

Com a descida das águas, muitas pessoas alcançadas por equipas de socorro preferem receber alimentos e outros tipos de assistência (médica, por exemplo) nos sítios onde estão e assim recomeçar as suas vidas, nas suas terras.

"Muitas pessoas preferem ficar onde já têm condições" e até pedem sementes para voltar a cultivar as suas 'machambas' (hortas) para garantir alimentação, disse Celso Correia.

Em outros locais são entregues tendas para substituir casas danificadas, mas onde se verifica que há risco, é feita a retirada compulsiva da população, acrescentou.

A vila de Buzi, no distrito mais alagado com as cheias, já há médicos, alimentos e tendas, destacou o ministro moçambicano, pelo que "é normal que as famílias comecem a regressar" para as suas áreas, deixando centros de acolhimento temporário sobrelotados e onde a comida escasseia.

Ainda assim, esta presença de apoios em Buzi verifica-se nas zonas mais altas, pois grande parte do distrito continua submerso.

O ciclone afetou pelo menos 2,8 milhões de pessoas nos três países africanos e a área submersa em Moçambique é de cerca de 1.300 quilómetros quadrados, segundo estimativas de organizações internacionais.

A cidade da Beira, no centro litoral de Moçambique, foi uma das mais afetadas pelo ciclone, na noite de 14 de março.

Mais de uma semana depois da tempestade, milhares de pessoas continuam à espera de socorro em áreas atingidas por ventos superiores a 170 quilómetros por hora, chuvas fortes e cheias, que deixaram um rasto de destruição em cidades, aldeias e campos agrícolas.

(Notícia atualizada às 11h03)

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