Em declarações à agência Lusa a propósito deste requerimento enviado hoje à comissão parlamentar, o deputado único da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo, explicou que tem estado a dialogar com pessoas deste movimento e com outros empresários, considerando que se os estabelecimentos estão encerrados por obrigação, devido à pandemia, “têm que ter medidas de compensatórias que não tem havido”, tal como reclamam os empresários.

“É o tipo de situação em que, se tendo entrado no braço de ferro, temos obrigação de quebrar este impasse e a solução que encontramos foi pedir que o ministro da Economia e um representante do movimento Sobreviver a Pão e Água venham à comissão de economia esclarecer o que está em causa, com caráter de urgência”, explicou.

Segundo João Cotrim Figueiredo, José Gouveia, elemento do movimento e um dos que está em greve de fome desde sexta-feira em frente ao parlamento, concordou com esta proposta apresentada pelos liberais, sendo o nome deste empresário que surge no requerimento.

“As constantes restrições de circulação e limitação de horários, muitas vezes diferentes de dia para dia, impostas pelo Governo, condicionam fortemente quer a oferta, quer a procura, nos setores do turismo, hotelaria, eventos, restauração, bares e discotecas”, refere o texto do requerimento a que agência Lusa teve acesso.

De acordo com a Iniciativa Liberal, “estas empresas, praticamente sem clientes, continuam a ter de pagar custos fixos e inúmeras obrigações fiscais e, consequentemente, como é impossível pagar custos sem ter receitas, todos os dias o número de falências de empresas e de desempregados nestes setores tem vindo a aumentar”.

“A contestação social destes setores, por um lado, a algumas restrições impostas, e, por outro lado, à falta de medidas de resposta para a recuperação económica ou às condições de acesso a algumas das medidas tem vindo aumentar, com o crescente número de manifestações e protestos por todo o país”, acrescenta.

O movimento Sobreviver a Pão e Água, continua o mesmo texto, “não se revendo nas principais associações com quem o Governo tem reunido, lançou uma petição que já conta com cerca de 70 mil assinaturas, tendo por isso representatividade social mais do que suficiente para ser ouvido na Assembleia da República”.

O primeiro-ministro afirmou hoje que o Governo continua a dialogar com representantes dos setores da restauração e animação noturna, salientou medidas de apoio em curso e pediu o fim do “impasse” com empresários em greve de fome.

António Costa contestou também que estes setores não estejam a ser alvo de medidas de medidas de apoio por parte do seu Governo, dizendo que esses auxílios “totalizam já 1100 milhões de euros, metade dos quais a fundo perdido”.

O grupo, composto por oito homens e uma mulher do movimento “A Pão e Água”, encontra-se em greve de fome há seis dias, acampado em frente ao parlamento em instalações improvisadas com tendas e aquecedores e dizem manter o protesto até que o Governo os receba para encontrarem soluções para os seus negócios.

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