"Convém nunca menosprezar a capacidade que as empresas e o tecido empresarial português têm revelado de se readaptaram perante situações muito adversas", considerou António Costa, que respondia a perguntas dos jornalistas, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.

Questionado sobre o que podem os portugueses esperar da evolução económica em 2023 e se pode haver uma recessão em Portugal, como se antevê na Alemanha para este inverno, o primeiro-ministro respondeu que "o quadro de previsão daquilo que será a situação do país no próximo ano" será conhecido quando for apresentado o Orçamento, "no dia 10 de outubro".

"Todos temos de ter preocupações sobre o próximo ano, sobre o dia de amanhã e sobre todos os anos. A verdade é que neste ano segundo as previsões da Comissão Europeia Portugal é o país que mais cresce em toda a União Europeia", salientou.

Depois, António Costa disse que o Governo está "a analisar naturalmente quais são as perspetivas para o próximo ano tendo em conta aquilo que são os efeitos que a guerra está a ter nalgumas das principais economias europeias, designadamente a alemã".

"Estamos também a ter em conta aquilo que acontece noutros mercados em que, felizmente, as empresas portuguesas têm conseguido reorientar o seu esforço de exportação, e isso tem sustentado de uma forma bastante vigorosa o nosso crescimento económico", prosseguiu.

O primeiro-ministro elogiou a capacidade das empresas portuguesas e não se alongou mais sobre este assunto: "Em outubro teremos muito tempo para falar".

Perante a insistência dos jornalistas, criticou "a ansiedade" da comunicação social em falar "do tema do dia a seguir, da semana a seguir e até do mês a seguir".

Interrogado sobre o apelo que o Presidente da República tem repetido para que o Governo divulgue quanto antes o cenário macroeconómico para o próximo ano, António Costa referiu que fala semanalmente com Marcelo Rebelo de Sousa "mantendo-o naturalmente informado".

"O senhor Presidente da República conhece os calendários, sabe que é dia 10 de outubro. O Governo, como lhe compete, apresentará o Orçamento do Estado, e o Orçamento do Estado conterá, como é óbvio, o cenário macroeconómico para o próximo ano", acrescentou.