O processo tem oito arguidos, tendo cinco dos que optaram por prestar declarações confessado, na generalidade, os crimes que lhes são imputados.

Sublinhando que foi uma "fase complicada" das suas vidas, uns porque tinham perdido o emprego, outros porque tinham saído de casa em litígio com os pais e outros porque consumiam droga e precisavam de dinheiro para alimentar o vício, os arguidos disseram que o dinheiro resultante de cada assalto era dividido pelos participantes no mesmo, havendo casos em que a cada um "tocou" 50 euros.

Segundo alegaram, os assaltos eram "planeados" pelo arguido principal, que seria também quem forneceria as armas, os gorros, as luvas e todo o material necessário para os crimes.

Seria também ele quem mobilizava os restantes para cada assalto.

Um dos arguidos disse que, num dos assaltos em que participou, das duas armas que constam na acusação uma era de plástico e a outra não tinha munições.

Uma mulher também arguida negou a participação em qualquer um dos dois assaltos que a acusação lhe imputa.

Os crimes registaram-se em 2016 nos concelhos de Trofa, Famalicão, Maia e Vila do Conde, tendo como alvos postos de abastecimento de combustíveis, mas também casas e cafés.

O grupo acabou por ser desmantelado em agosto desse ano pela Polícia Judiciária.

Com idades entre os 18 e os 25 anos, os arguidos respondem pelos crimes de roubo agravado, furto qualificado, coação, detenção de arma ilegal e condução sem habilitação legal para o efeito.

Nos postos de abastecimento de combustíveis, atuavam essencialmente perto da hora de encerramento, ameaçando os funcionários e levando o dinheiro que havia em caixa e outros valores, como telemóveis. Nos assaltos, utilizavam viaturas que furtavam.

Na sessão de hoje, a juíza presidente do coletivo queixou-se da "falta de condições" do tribunal, por causa da avaria do ar condicionado, e deu mesmo autorização aos advogados para despirem a toga. A audiência acabou por realizar-se de portas abertas.

O julgamento prossegue na quinta-feira.