Após o oitavo telefonema de Macron com o líder russo desde o início da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro, “não há atualmente nenhum acordo [de cessar-fogo]”, explicou a presidência francesa (Eliseu).

“Não há outra saída senão um cessar-fogo e negociações de boa-fé da Rússia com a Ucrânia. O Presidente da República [francesa] está ao lado da Ucrânia”, pode ler-se no comunicado, citado pela agência France Presse (AFP).

Do lado da presidência russa (Kremlin), foi divulgado apenas que a conversa entre os chefes de Estado ocorreu “por iniciativa francesa” e que o diálogo se concentrou na “situação na Ucrânia, incluindo as negociações em andamento” entre representantes russos e ucranianos.

Na última conversa entre os governantes, em 18 de março, Macron tinha expressado a Putin a sua “extrema preocupação” com a situação em Mariupol, cidade portuária bombardeada pelo Exército russo, pedindo para que fosse “levantado o cerco”.

Já hoje, numa mensagem vídeo durante o Fórum Humanitário Europeu em Bruxelas, Emmanuel Macron denunciou também o uso pela Rússia “de armas explosivas em áreas densamente povoadas”, considerando que “tudo, na agressão da Ucrânia pela Rússia, é inaceitável”.

O chefe de Estado francês voltou a conversar hoje com o homólogo ucraniano,  Volodymyr Zelensky, com quem tem mantido ligações regulares desde o início da invasão russa.

O Presidente ucraniano, que já desafiou Vladimir Putin para negociações diretas, deve intervir, virtualmente, esta quarta-feira às 15:00 [14:00 em Lisboa], perante os deputados e senadores franceses para pedir o seu apoio.

Volodymyr Zelensky tem promovido nos últimos dias iniciativas semelhantes perante os italianos, norte-americanos, canadianos, britânicos, alemães e israelitas.

Já perante a União Europeia o ucraniano pediu na segunda-feira para que o organismo europeu pare todo o comércio com a Rússia.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 953 mortos e 1.557 feridos entre a população civil, incluindo mais de 180 crianças, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,53 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.

Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.