Em 2019, a taxa de privação material dos residentes em Portugal é de 15,1%, menos 1,5 pontos percentuais (p.p.) relativamente a 2018, e a taxa de privação material severa é de 5,6%, uma diminuição de 0,4 p.p. comparativamente ao ano anterior, revela o Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, realizado em 2019 sobre rendimentos do ano anterior.

Considera-se privação material quando um agregado não tem acesso a pelo menos três itens de uma lista de nove relacionados com necessidades económicas e bens duráveis.

A taxa de privação material severa é considerada quando a família não consegue aceder a pelo menos quatro das nove dificuldades desta lista.

Na lista estão incluídos itens como os atrasos no pagamento de rendas, empréstimos ou despesas correntes da casa, o facto de conseguir ou não comer uma refeição de carne e peixe de dois em dois dias, de ter ou não carro, televisão ou máquina de lavar roupa ou de conseguir ou não fazer face ao pagamento de uma despesa inesperada, entre outros.

Segundo o INE, a intensidade da privação material (média de itens de privação material em carência na população em situação de privação material) corresponde em 2019 a 3,5, idêntica à registada em 2018.

Em 2019, para a maioria dos nove itens considerados,

reduziu-se a proporção de residentes que referiram

dificuldades económicas, refere o INE, destacando que 40% das pessoas vivem em agregados sem capacidade para pagar uma semana de férias por ano fora de casa (menos 1,3 p.p. que em 2018).

Um terço das pessoas vivem em agregados sem capacidade para assegurar o pagamento imediato, sem recorrer a empréstimo, de uma despesa inesperada de 470 euros que corresponde aproximadamente ao valor mensal da linha de pobreza no ano anterior (em 2018, a proporção foi de 34,7%, para uma despesa inesperada de 450 euros).

De acordo com os dados, 18,9% das pessoas vivem em agregados sem capacidade para manter a casa adequadamente aquecida (menos 0,5 p.p. que no ano anterior) e 5,8% das pessoas vivem em agregados sem capacidade para pagar atempadamente rendas.

Há ainda 2,3% que não têm capacidade para assegurar uma refeição de carne ou de peixe pelo menos de dois em dois dias.

A região Centro é a que regista a taxa de privação material severa mais baixa do país (4,1% dos residentes na região). Tal como para a maioria dos indicadores relativos ao risco de pobreza, é também nas regiões autónomas que se observam os níveis de privação material severa mais elevados (13,1% nos Açores e 7,3% na Madeira), às quais se segue o Algarve (8,1%).

Segundo o Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, 17,2% das pessoas residentes em Portugal estavam em risco de pobreza em 2018, menos 0,1 ponto percentual (p.p.) face a 2017 e menos 3,2 p.p. do que em 2003.

A taxa de risco de pobreza correspondia, em 2018, à proporção de habitantes com rendimentos monetários líquidos inferiores a 6.014 euros anuais, o equivalente a 501 euros mensais, mais 34 euros relativamente a 2017.

A redução do risco de pobreza abrangeu em particular as crianças e os jovens, passando de 19% em 2017 para 18,5% em 2018, e a população idosa de 17,7% para 17,3%.

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