“Encontrámos apenas uma parte da cidade”, avançou o famoso egiptólogo à agência francesa AFP na manhã de hoje, durante uma apresentação à imprensa daquela cidade localizada na margem oeste do Nilo, que “se estende para oeste e para o norte”.
Após sete meses de escavações numa cidade soterrada sob areia há milénios de anos, foram expostos diversos objetos nas ruínas, como peças de cerâmica, carne seca, joias, vinho, amuletos e pequenas estátuas, entre os templos de Ramsés III e Amenófis III,
Os selos afixados em cerâmica permitiram que aquele local fosse datado do reinado de Amenófis III, que subiu ao trono em 1.391 a.C. (antes de Cristo) e morreu em 1.353 a.C., herdando um império extensível do rio Eufrates, nos atuais Iraque e Síria, até ao Sudão.
“Não é apenas uma cidade e também podemos ver a sua atividade económica”, disse à AFP Mostafa Waziri, secretário-geral do Conselho Geral de Antiguidades do Egito.
A descoberta da “maior cidade do antigo Egito” tinha sido revelada na quinta-feira pela missão arqueológica, que descobriu “um local em bom estado de conservação, com paredes quase inteiras e divisões cheias de ferramentas da vida quotidiana”.
“Muitas missões estrangeiras procuraram esta cidade e nunca a encontraram”, lembrou Zahi Hawass, ex-ministro de Antiguidades do Egito, no mesmo comunicado em que a missão arqueológica diz esperar “descobrir túmulos intactos repletos de tesouros”.
O Egito tem apostado na promoção do património antigo para tentar recuperar visitantes, após anos de instabilidade política causada pela revolta da chamada Primavera Árabe, iniciada em janeiro de 2011, que originou um duro golpe na indústria turística local.
Na semana passada, o ‘Desfile Dourado dos Faraós’ transportou os restos mortais mumificados de 18 antigos reis, incluindo os de Amenófis III, e quatro rainhas pelo Cairo, do emblemático Museu Egípcio para o novo Museu Nacional da Civilização Egípcia.
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