Iñigo esteve desde sempre ligado ao Festival Eurovisão da Canção e ao programa televisivo TVE "Directísimo", que apresentava desde 1975 na TVE, que chegou a atingir uma audiência de 34 milhões de espetadores.

O jornalista, nascido em Bilbau, no País Basco espanhol, a 04 de junho de 1942, foi, segundo a Efe, “uma das personalidades televisivas dos anos 1970 e da transição para a democracia, em 1975/76”.

Segundo um comunicado da família, difundido numa rede social, José María Iñigo "morreu como queria, dormindo".

O Presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, expressou as suas condolências à família e amigos de Íñigo, ao qual se referiu como um "grande orador" e destacou o seu estilo muito próprio, e a ampla experiência que tinha na comunicação social.

Através de uma mensagem na sua conta no “twitter”, Rajoy refere-se ao jornalista como "comunicador inconfundível" e atesta que foi "um professor para muitos".

A Academia das Ciências e das Artes da Televisão espanhola lamentou a morte de Íñigo, um profissional "irrepetível" que recebeu em 2010 o Prémio Carreia desta instituição.

A jornalista Pepa Fernández, diretora e apresentadora do programa RNE "No es un día cualquiera", disse à Efe que "foi uma surpresa" a morte de José María Iñigo, que trabalhou com ela durante 18 anos, pois "apesar de estar doente, nunca se pensou que seria tão rápido".

Iñigo era um profissional "rigoroso e corajoso em tempos nada cómodos", nomeadamente o final da ditadura liderada por Francisco Franco, e o início da democracia, com o restabelecimento da monarquia com o rei João Carlos, disse o seu amigo, o musicólogo e etnógrafo Joaquín Díaz.

Filho de um trabalhador metalúrgico, estudou no ensino médio e aos 15 anos começou a trabalhar na Rádio Bilbau e, mais tarde, na La Gaceta del Norte e na secção de Reportagem da Agência noticiosa Efe.

Trabalhou três ano na BBC, em Londres e em outras emissoras de rádio no Reino Unido.

De 1969 a 1975 apresentou e dirigiu o segundo canal TVE "Estudio abierto", que reapareceu de 1982 a 1985. Com este programa recebeu grande popularidade e reconhecimento com o TP de Oro para o melhor apresentador em 1974 e 1983.

Íñigo fez, durante sete anos consecutivos, os relatos das finais do Festival da Eurovisão na TVE, já que em 2011 ele substituiu o também histórico José Luis Uribarri, que morreu em 2012.

Este ano não o iria fazer como tinha já anunciado na sua conta no Twitter, em março último, em que anunciou que decidiu não vir a Lisboa.