Os chefes da diplomacia dos 27 Estados-membros, que se encontram na cidade norte-americana no âmbito da Assembleia geral da ONU, já mantiveram um encontro informal na passada segunda-feira e voltarão a encontrar-se hoje pelas 20:15 locais (01:15 de quinta-feira em Lisboa).

A reunião vai decorrer após o Presidente russo, Vladimir Putin, ter anunciado hoje a mobilização parcial de 300.000 reservistas e recordado a importância do arsenal nuclear do seu país como argumento face à contraofensiva ucraniana.

Em mensagem no Twitter, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, advertiu que a paz mundial “está em perigo” pela “grave escalada” que implicam as últimas decisões do Kremlin.

“O anúncio de Putin sobre os referendos falsos [nos territórios separatistas russófonos ou ocupados pelas forças militares russas], a mobilização militar parcial e a chantagem nuclear são uma grave escalada”, considerou Borrell.

Vários países europeus interpretaram estes últimos anúncios como um sinal de debilidade por parte da Rússia, na sequência da contraofensiva desencadeada pelo exército ucraniano e que permitiu recuperar alguns territórios ocupados.

O chanceler alemão Olaf Scholz qualificou a convocatória de referendos em território ocupado e a mobilização de reservistas como um “ato de desespero”, enquanto o Presidente francês, Emmanuel Macron, lamentou “profundamente” estas medidas e pediu a todos os países do mundo que exerçam a “máxima pressão” sobre Putin.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,4 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 5.916 civis mortos e 8.616 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

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