No final de uma longa sessão, transmitida no ‘site’ da Nissan, os acionistas aprovaram a nomeação dos quatro membros da direção, liderada pelo novo diretor-geral Makoto Uchida. Uchida tinha sido nomeado na sequência da demissão em setembro de Hiroto Saikawa, envolvido num caso de prémios recebidos em excesso no tempo do antigo responsável da empresa Carlos Ghosn.

Numa altura em que o construtor automóvel voltou a baixar, na passada semana, as previsões para 2019-2020, dada a quebra mais acentuada do que esperado das vendas no terceiro trimestre, Uchida foi alvo de várias críticas dos acionistas durante a assembleia-geral.

Ações de 800 para 300 ienes

“Sou acionista da Nissan há quase 20 anos. É preciso que revejam tudo o que foi feito. Tenho três mil ações da Nissan (…) que comprei a 800 ienes. Nunca pensei que descessem abaixo de 700 ienes, e agora estão a menos de 300 ienes (4,20 euros) (…) devo vender?, lançou um dos acionistas.

Uchida, que assumiu a direção em dezembro, pediu tempo aos acionistas.

“Agradeço a vossa paciência (…) quero que a Nissan melhore. Toda a direção, incluindo eu, sabe que a situação é séria e estamos a trabalhar”, declarou.

Na quinta-feira passada, o grupo indicou que o lucro caiu 87,6% entre abril e dezembro do ano passado, para 329 milhões de euros, face a igual período do ano fiscal de 2018.

Nos nove primeiros meses terminados em dezembro do ano passado, as vendas globais da Nissan caíram 8,1%, para 3,7 milhões de veículos e que as receitas diminuíram 12,5%, para 62.850 milhões de euros, na comparação com idêntico período do ano fiscal de 2018.

No Japão, as vendas de veículos recuaram 6,9%, na China cederam 0,4%, na América do Norte reduziram-se em 10,2% e na Europa afundaram 16,2%.

O resultado operacional, por sua vez, caiu 82,7% para 455 milhões de euros.

A multinacional acrescentou que no terceiro trimestre do ano fiscal teve prejuízos de 218 milhões de euros, contra um lucro obtido no mesmo trimestre do ano fiscal anterior.

As vendas trimestrais, entre 01 de outubro de 2019 a 31 de dezembro de 2019, caíram 18% face ao trimestre homólogo anterior.

Na altura, Uchida acrescentou que os cálculos iniciais em termos de perspetivas das vendas foram revistos em baixa, sendo estimado agora que, durante o ano fiscal, diminuam em 8,4%, contra uma queda de 3,6% prevista em novembro do ano passado.

Quanto ao mercado chinês, as vendas devem cair 1,1%, sem ter ainda em conta o impacto do Covid-19 (o novo coronavírus) que apareceu na cidade chinesa de Wuhan em dezembro passado, e que gerou sérios problemas na cadeia de produção da Nissan no país.

A Nissan Motor prevê terminar o ano fiscal de 2019 com 5,05 milhões de veículos vendidos, menos 3,6% que o cálculo feito em novembro passado e menos 8,4% que o número de carros vendidos no exercício de 2018.

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