À entrada para um almoço conferência da Associação de Amizade Portugal-EUA, em Lisboa, Rui Rio foi questionado sobre as declarações de terça-feira do secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, que afirmou que “está para vir o primeiro Governo do PSD e do CDS-PP que tenha melhores resultados” que o atual executivo em matéria de défice orçamental.
“Os temores, que acho que toda a gente tem, de que o Orçamento do Estado possa ter um perfil eleitoralista agravaram-se com estas últimas declarações. Vejo membros do Governo, não tanto o ministro das Finanças, venderem o orçamento de uma tal maneira como uma coisa muito popular, uma coisa de facilidades. Vamos ver agora o conteúdo, mas temo o pior”, afirmou.
“Temo que, como vamos ter eleições em 2019, este orçamento repita orçamentos do PS do passado parecidos”, acrescentou, apontando como exemplos os de 2009 e 1999, dos governos socialistas de José Sócrates e António Guterres, respetivamente.
Remetendo um comentário mais alargado para quando o Orçamento for apresentado, na segunda-feira, Rui Rio também não se manifestou entusiasmado com o cenário macroeconómico já confirmado pelo Governo e que aponta para um défice no próximo ano de 0,2%.
O presidente do PSD salientou que, sem a parte relativa às medidas extraordinárias ligadas ao Novo Banco, o défice este ano “já ficará nos 0,3%”.
“O facto de se evoluir de 0,3 para 0,2%, ao contrário do que o Governo diz, demonstra uma preocupação com as eleições de 2019 e não com a evolução que se pretende em relação às finanças públicas. Reduzir de 0,3 para 0,2 é praticamente a mesma coisa que nada”, criticou.
A proposta de Orçamento do Estado vai dar entrada no parlamento na próxima segunda-feira, é debatida na generalidade nos dias 29 e 30 de outubro, devendo ser sujeita a votação final global no dia 29 de novembro.
No plano da economia, ficou-se a saber-se na terça-feira que o Governo se prepara para inscrever uma estimativa de crescimento de 2,2% no próximo ano, acima 0,4 pontos percentuais da mais recente previsão avançada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
Já no que respeita à evolução do mercado de emprego, o executivo socialista espera terminar o próximo ano com um desemprego de 6%.
Ainda em relação ao cenário macroeconómico do próximo ano, o Governo aponta para uma redução da dívida pública até 119% do PIB (Produto Interno Bruto) e para uma descida do défice para 0,2%.
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