A enviada das Nações Unidas (ONU) a Myanmar, Christine Burgener Schraner, regressou recentemente da sua quinta viagem ao país e esta quinta-feira relatou publicamente pela primeira vez ao Conselho de Segurança da ONU sobre as evoluções da crise no Myanmar, desde que assumiu o cargo em abril de 2018.

“A minhas primeiras cinco visitas à Birmânia destacaram os enormes desafios que exigem considerável apoio internacional”, disse.

A embaixadora britânica na ONU, Karen Pierce, teceu palavras mais duras relativas a esta crise humanitária e afirmou estar “profundamente desapontada com a falta de progressos em trazer os refugiados” rohingya, que estão no Bangladesh, de volta ao país.

O êxodo dos rohingyas teve início em meados de agosto de 2017, quando foi lançada uma operação militar do exército birmanês contra o movimento rebelde Exército de Salvação do Estado Rohingya devido a ataques da rebelião a postos militares e policiais.

A violência, descrita pela ONU como limpeza étnica e um possível genocídio, incluiu o assassínio de milhares de pessoas, a violação de mulheres e de crianças e a destruição de várias aldeias.

Tal cenário forçou a fuga de mais de 700 mil pessoas para o vizinho Bangladesh, sobretudo para a zona de Cox’s Bazar.

A campanha de repressão do exército de Myanmar (antiga Birmânia) contra esta minoria muçulmana já foi classificada pela ONU como uma limpeza étnica e como uma das crises humanitárias mais graves do início do século XXI.