Na origem do problema está a saída de dois funcionários da secretaria-geral do agrupamento Vergílio Ferreira, por mobilidade, para outro organismo público, que se efetivou a 3 de dezembro, deixando o agrupamento sem ninguém responsável pelas áreas de contabilidade e tesouraria, esta última sendo o caso mais grave, por ser a que processa e efetua todos os pagamentos, incluindo ordenados de professores e funcionários, e fornecedores, explicou à Lusa Virgínia Conde, do Conselho Geral deste agrupamento, um dos maiores do país, agregando 10 estabelecimentos, cerca de quatro mil alunos e 450 funcionários.

“Desde dia 3 que a secretaria do agrupamento não tem contabilidade nem tesouraria. Desde essa altura que todas as entidades estão avisadas e não deram resposta à direção do agrupamento e é uma situação muito complicada, porque sem essas duas funções não é possível fazer qualquer tipo de pagamento. Está em causa o processamento e pagamento de salários e fornecedores de tudo o que é necessário para o funcionamento diário de 10 escolas”, disse Virgínia Conde.

Segundo a responsável, a saída dos dois funcionários só veio agravar uma situação que já era de falta de recursos desde 2016, altura em que a secretaria-geral do agrupamento ficou a trabalhar com apenas 50% dos funcionários necessários, segundos os rácios estabelecidos.

“Quando se retira tem que se repor. E o que nos está a chocar e a indignar é a falta de resposta do Ministério da Educação. O diretor de agrupamento tem desencadeado sucessivas tentativas de resolver o problema e não teve resposta. Parece-nos uma brincadeira, uma irresponsabilidade, que não é possível compreender”, criticou.

Contactado pela Lusa, o Ministério da Educação adiantou que "tem acompanhado de perto a direção na tentativa de encontrar a melhor solução o mais cedo possível".

Virgínia Conde não soube esclarecer se a saída dos dois funcionários já provocou efeitos concretos e visíveis no dia a dia das escolas e dos alunos – que entram hoje de férias de Natal – mas espera respostas da tutela antes que se verifique “alguma situação mais complicada”, como chegar uma conta da luz e não haja como a pagar, ou faltar comida nas cantinas, papel higiénico e detergente, entre outros aspetos da gestão diária dos estabelecimentos.

“O que queremos evitar é que aconteça esse caos”, disse.